São Tomé e Príncipe registou nas últimas 24 horas cinco casos positivos de Covid-19 e duas mortes, totalizando um acumulado de 23 doentes e três óbitos, disse hoje aos jornalistas a diretora dos cuidados, Feliciana Pontes.
De acordo com a responsável, 42 pessoas estão em quarentena, na Região Autónoma do Príncipe, sendo 39 que viajaram num voo da STP Airways e três membros da tripulação de uma embarcação que faz a ligação entre as duas ilhas.
"São pessoas aparentemente sadias, mas foram todas submetidos a testes e temos que esperar pelos resultados das amostras", disse Feliciana Pontes.
Os cinco casos positivos foram detetados em 17 testes rápidos realizados entre pessoas suspeitas que deram entrada nos hospitais.
A evolução crescente da infeção pelo novo coronavírus no país está a preocupar seriamente as autoridades sanitárias do arquipélago.
O primeiro-ministro reuniu-se hoje com o pessoal de saúde e no final do encontro considerou necessário "continuar a bater na tecla da sensibilização para uma mudança de comportamento" e "aumentar as medidas de restrição".
"O pedido de mais 15 dias de prorrogação do estado de emergência não é para deixar tudo como está. É, de facto, para aperfeiçoar alguns mecanismos, algumas estruturas que durante os 45 dias não funcionaram com toda a perfeição", disse Jorge Bom Jesus.
Disse que o seu Governo "vai dar condições às Forças Armadas, à Polícia Nacional e aos bombeiros para que a ordem pública seja restaurada”, para que seja possível “cumprir esta missão que é de proteger o povo de São Tomé e Príncipe".
O chefe do executivo pediu "coragem e envolvimento de todos", no combate à covid-19 e anunciou que deu orientações ao ministro da saúde para "recrutar todos os médicos e enfermeiros que já estão reformados, mas que conseguem ainda dar alguma contribuição no sistema de saúde".
O recrutamento inclui também "os enfermeiros que estão a acabar a formação, mas que já têm alguma ferramenta técnica, para poder ajudar-nos", acrescentou.
O governante explicou que, com o processo das quarentenas, haverá “menos médicos e menos enfermeiros disponíveis"
Jorge Bom Jesus disse ainda que quer contar com "o apoio de cada são-tomense para que o país saia muito rapidamente desta situação".
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.689 nas últimas horas, com mais de 40 mil casos da doença registados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Guiné Equatorial lidera em número de infeções (315) e uma morte, seguido da Guiné-Bissau (257 e uma morte), Cabo Verde (123 e duas mortes), Moçambique (79), Angola (30 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem 23 casos confirmados e três mortes.