A Arábia Saudita tomará medidas «que podem ser dolorosas» para fazer face ao impacto da pandemia de covid-19 no país, disse no sábado à noite o ministro das Finanças, Mohamed al Yadaan, em entrevista à cadeia saudita Al Arabiya.
"Os rendimentos caíram. Portanto, é muito importante tomar medidas estritas e extremas, o que pode ser doloroso, mas necessário para a estabilidade financeira pública", disse Al Yadaan durante a entrevista à rede estatal Al Arabiya, que transmite a partir do Dubai.
O ministro garantiu que o reino ultraconservador deve reduzir "extremamente" os seus gastos públicos e destacou que "todas as opções estão abertas desde que não se toque nas necessidades básicas do povo".
Nesta linha, disse que as medidas que o Governo tomará terão como objetivo reduzir as despesas e adiar alguns dos megaprojetos em que a Arábia Saudita está a trabalhar no âmbito do quadro Visão 2030, segundo o qual o reino saudita pretende diversificar a sua economia, dependente do petróleo bruto.
Al Yadaan afirmou que o reino sofreu uma "queda significativa de rendimentos", em parte devido ao colapso dos preços do petróleo, enquanto outras atividades não relacionadas com o petróleo também foram afetadas pelas medidas preventivas impostas pelo Governo para combater a covid-19.
O ministro disse que os efeitos da pandemia não foram demonstrados nos resultados do primeiro trimestre do ano, mas indicou que "eles serão visíveis no segundo, terceiro e quarto" trimestres, em função dos desenvolvimentos nos setores da saúde e económico.
Nos últimos meses, a Arábia Saudita fechou todos os centros educacionais e os locais de entretenimento e limitou todos os eventos ou reuniões públicas, além de proibir viagens e peregrinações internacionais às cidades sagradas de Meca e de ter colocado alguns locais em quarentena.
Nas últimas semanas, o país começou a realizar testes massivos e tem registado uma recuperação de casos de covid-19, tendo atingido 25.459 contágios e 176 mortes.