O Conselho de Administração do BPI escolheu João Pedro Oliveira e Costa para novo presidente executivo, anunciou hoje o banco, sucedendo ao espanhol Pablo Forero, que se vai reformar.
"O Presidente da Comissão Executiva do Banco BPI, Senhor Pablo Forero, 64 anos, comunicou ao Conselho de Administração do Banco BPI a sua decisão de se reformar no final do seu mandato. O Conselho de Administração do Banco BPI, reunido em 04 de maio de 2020, tomou conhecimento desta intenção e decidiu indigitar para o mandato 2020-2022, em substituição do senhor Pablo Forero, o Dr. João Pedro Oliveira e Costa, 54 anos, atual vogal do Conselho de Administração e da Comissão Executiva", lê-se na informação comunicada ao mercado, através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O BPI acrescenta que a eleição de João Pedro Oliveira e Costa apenas se irá concretizar "depois da necessária aprovação das autoridades de supervisão".
Pablo Forero é presidente executivo do BPI desde inícios de 2017, tendo então substituído Fernando Ulrich após o sucesso da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI, o grupo espanhol que hoje controla todo o banco.
Há duas semanas, quando os responsáveis dos principais bancos que operam em Portugal foram chamados a audições no parlamento a propósito das medidas da banca de apoio à economia, os representantes do BPI foram os administradores Pedro Barreto e João Pedro Oliveira e Costa.
João Pedro Oliveira e Costa disse então, perante os deputados, que não deve ser posto sobre os bancos o peso da resolução dos problemas da atual crise provocada pela covid-19.
"O que está a passar vai ter consequências muito complicadas para a economia e para os seus agentes e no meio desses agentes estão os bancos e penso que não podemos, ou não devemos, colocar em cima dos bancos todo o peso de resolução das situações que vêm pela frente, porque vai ser impossível", disse aos deputados das comissões parlamentares de Economia e de Orçamento e Finanças.
O responsável defendeu que "vários outos agentes têm de vir a terreno dar o seu contributo", caso da União Europeia mas também do próprio Estado, que "terá de ter outra intervenção, outro tipo de iniciativas", até porque para já as garantias bancárias que dá nos créditos bancários às empresas ainda não pesam sobre défice ou dívida pública (passarão a pesar se os bancos as acionarem de futuro face ao incumprimento das empresas).
"Todos temos de ter uma postura e abordagem construtiva face a tudo o que vem pela frente, não vai ser possível o setor financeiro sozinho acudir a todas as situações", acrescentou.
Sobre o BPI, João Oliveira e Costa indicou que o banco prevê um "impacto significativo" desta crise nas provisões e na rentabilidade.
"O BPI tem uma capacidade razoável para acomodar algum nível de imparidades e a rentabilidade vai ser afetada de forma bastante significativa", disse.