O banco de investimento Citigroup quer aumentar o seu papel enquanto intermediário entre os países da África subsaariana e as instituições financeiras ocidentais para garantir financiamento mais barato aos mercados mais atingidos pelo novo coronavírus.
As necessidades de financiamento dos países africanos para enfrentarem a pandemia da covid-19 estão estimadas em 114 mil milhões de dólares, o que significa que há trabalho mais do que suficiente para os bancos agirem como mediadores junto dos bancos de desenvolvimento, disse Aziz Rahman, o diretor geral do banco e líder do grupo da banca comercial para a região.
"Muitos clientes estão a olhar oportunisticamente par África, enquanto outros sedeados no continente estão à procura de oportunidades no estrangeiro; muitos têm a capacidade, têm os alvos, mas estão a disparar o gatilho agora? Muitos dos nossos clientes estão à espera que a poeira assente para ver o que será o novo normal, e estamos ainda no meio da crise", afirmou o responsável à agência de informação financeira Bloomberg.
O papel do Citigroup, salientou, é usar o seu relacionamento com as grandes empresas para encontrar financiamento para os seus fornecedores, tentando garantir taxas de financiamento mais baixas: "É uma ferramenta muito boa para as empresas usarem enquanto fonte de financiamento e para garantir que os seus produtos são exportados", concluiu.
"As instituições financeiras multilaterais ajudam a mitigar o risco e a gerir o aumento das taxas de juro dos empréstimos", disse, por seu turno, o diretor do departamento da África subsaariana do Citigroup, Akin Dawodu, à Bloomberg, explicando que isto ajuda os clientes, que estão agora menos preocupados com fusões e aquisições e mais focados "em conversas à volta da gestão e mitigação do risco, aconselhamento e proteção dos investimentos".
Os financiadores incluindo o Fundo Monetário Internacional e os credores privados deram pelo menos 57 mil milhões de dólares aos governos africanos para garantir o combate na primeira linha à pandemia da covid-19 mantendo as economias a funcionar, disse o Banco Mundial no mês passado, mas o continente deverá precisar de uns 114 mil milhões de dólares para combater o vírus, acrescentou a instituição.
O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.406, com quase 70 mil infetados em 53 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos subiu de 2.336 para 2.406, enquanto os infetados com covid-19 passaram de 66.373 para 69.578.