A Comissão Europeia anunciou hoje que 205 cidadãos europeus que se encontram em São Tomé e Príncipe serão repatriados, no regresso do voo de ajuda humanitária que partirá de Lisboa esta sexta-feira.
"Na sexta-feira, 15 de maio, um voo organizado em coordenação com Portugal, sairá de Lisboa para São Tomé e transportará 20 toneladas de material necessário e pessoal médico e técnicos portugueses e de agências da ONU para apoiar a resposta de São Tomé e Príncipe ao coronavírus; no seu trajeto de regresso, o voo trará de volta 205 cidadãos da UE e outros passageiros de São Tomé num esforço de repatriamento", lê-se numa nota divulgada hoje pela representação de Bruxelas em Lisboa.
A medida insere-se na iniciativa da Ponte Aérea Humanitária da União Europeia, criada "para o transporte de trabalhadores humanitários e de serviços de emergência e de bens essenciais para ajudar a combater o coronavírus em algumas das zonas mais críticas do mundo afetadas por limitações de transporte".
Citado no comunicado, o comissário da Gestão de Crises, Janez Lenarčič, afirmou: "Deixar alguma zona do mundo sem proteção hoje equivale a deixar-nos a todos sem proteção amanhã; no âmbito da sua resposta mundial ao coronavírus, a UE criou uma ponte aérea humanitária para fazer chegar a ajuda a regiões onde o material escasseia devido às atuais dificuldades de transporte a nível mundial, que poderá ser uma tábua de salvação para algumas das comunidades mais vulneráveis do mundo".
A UE acrescenta ainda que estão a ser programados mais voos deste género "para as próximas semanas, sendo dada prioridade aos países africanos onde a pandemia poderá agravar ainda mais as muitas crises humanitárias já existentes".
Na quarta-feira o Governo português já tinha anunciado que São Tomé e Príncipe vai receber 20 toneladas de material médico-hospitalar e uma equipa médica de emergência, no âmbito de uma operação conjunta de Portugal e da União Europeia, que parte na sexta-feira de Lisboa.
"Uma operação de apoio humanitário [...] vai estabelecer uma ponte aérea entre Portugal e São Tomé e Príncipe para fazer chegar àquele país cerca de 20 toneladas de material médico-hospitalar e uma equipa de profissionais especializada em situações de crise e em doenças respiratórias, para apoiar no combate à covid-19", adiantou na quarta-feira, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português.
De acordo com a mesma nota, o avião, que partirá de Lisboa na sexta-feira, vai assegurar ainda o transporte de um laboratório da Organização Mundial de Saúde (OMS), "de forma a dotar São Tomé e Príncipe dos meios que permitirão realizar localmente testes de deteção do vírus responsável pela atual pandemia".
Os equipamentos a fornecer a São Tomé e Príncipe incluem material de proteção individual, nomeadamente máscaras, luvas, óculos, viseiras, mangas, sapatos e fatos, bem como medicamentos, gel, álcool e todo o material necessário para colheita e análise dos testes ao novo coronavírus.
No mesmo avião, seguirá também uma equipa portuguesa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), composta por uma médica intensivista, dois enfermeiros e um especialista em logística, acrescentou o comunicado.
Segundo o MNE, Portugal é o segundo Estado-membro da União Europeia a montar uma operação deste tipo, no quadro do mecanismo EU Humanitarian Air Bridge recentemente criado para responder a emergências humanitárias.
"O apoio de Portugal a São Tomé e Príncipe visa contribuir para a redução da situação de vulnerabilidade em que o país se encontra, em resultado da atual crise pandémica, reforçando a sua capacidade de resposta aos impactos da covid-19", afirmou o Governo português.
África registou na última semana 20.400 novos casos de covid-19, elevando para mais de 72 mil o total de infeções no continente, onde já morreram 2.475 pessoas devido à doença, segundo dados divulgados hoje.
De acordo com os números, apresentados, a partir de Adis Abeba, pelo diretor do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (UA), John Nkengasong, África regista 72.336 casos acumulados de infeção pelo novo coronavírus e 2.475 mortes em 54 países.
O número de doentes dados como recuperados é de 25.268.
Entre os países africanos lusófonos, a Guiné-Bissau é o que tem mais infeções, com 836 casos, e regista três mortos.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 294 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.