A Açucareira de Mafambisse, na província de Sofala, ambiciona produzir mais 11 mil toneladas de açúcar neste ano para reforçar o produto no mercado interno.
No ano passado, a Açucareira de Mafambisse, da qual a sul-africana Tongaat Hulett é acionista maioritária, produziu 27 mil toneladas de açúcar e, neste ano, a ambição é atingir as 38 mil toneladas, disse à Lusa o diretor-geral da empresa, Lukas Daniel.
"São esforços que serão feitos no sentido de colocar mais açúcar no mercado interno", frisou Lukas Daniel.
Apesar da ameaça do impacto da pandemia da covid-19, Lukas Daniel entende que as projeções da açucareira são materializáveis, tendo em conta que o mercado principal é interno.
"Estamos a fazer esforços para o cumprimento das medidas de prevenção avançadas pelo Governo e pela Organização Mundial da Saúde. Mas tendo em conta que a produção é maioritariamente tomada pelo mercado interno, achamos que não vamos ser profundamente abalados", declarou.
Mas a indústria açucareira está entre as que mais estão a ser afetadas pela crise provocada pela covid-19 e, em alguns pontos do país, chegaram a ser registados casos de escassez e subida do preço do produto, principalmente o açúcar castanho, segundo a Associação dos Produtores de Açúcar de Moçambique.
Localizada no posto administrativo de Mafambisse, no distrito do Dondo, em Sofala, a açucareira tem a capacidade de produzir 92 mil toneladas por ano.
Em março deste ano, a Tongaat Hulett anunciou uma injeção de 500 milhões de randes (27 milhões de euros) nas açucareiras Mafambisse e Xinavane, em que o grupo sul-africano é também acionista maioritário.
Os desafios das duas açucareiras nos últimos tempos incluíam um declínio contínuo nas vendas de açúcar e a necessidade de um apoio para impedir que as importações de açúcar de baixo preço entrem no mercado interno e afetem a produção doméstica.
Os constrangimentos foram mais severos em Mafambisse, devido à especificidade desta fábrica e às consequências da passagem do ciclone Idai, em março do ano passado, segundo a Tongaat Hulett.
A Tongaat Hullet detém 85% da açucareira de Mafambisse e o Estado moçambicano controla 15%, através do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).
Em Xinavane, o grupo sul-africano controla 88%, enquanto o Estado moçambicano detém 12%.
Além de Xinavane e Mafambisse, Moçambique conta com mais duas fábricas de açúcar e todas conheceram nos últimos anos avultados investimentos, num esforço para a recuperação do setor.