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Covid-19: Maioria dos reassentamentos pós-ciclones em Moçambique sem materiais de proteção

A maioria dos locais de reassentamento de famílias afetadas pelos ciclones de 2019 em Moçambique não dispõe de materiais de proteção contra a covid-19, segundo um levantamento da Organização Internacional das Migrações (OIM) e do Governo.

Covid-19: Maioria dos reassentamentos pós-ciclones em Moçambique sem materiais de proteção
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O estudo abrange 76 locais de reassentamento onde vivem 101.000 pessoas.

A maioria destas novas povoações (71) está nas províncias centrais de Sofala, Manica, Zambézia e Tete, resultando da deslocação de famílias afetadas pelo ciclone Idai.

Outros cinco locais estão nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, a norte, devido ao ciclone Kenneth e onde há também população em fuga devido à violência armada provocada por grupos classificados como uma ameaça terrorista.

Segundo o levantamento, não há máscaras, luvas, nem termómetros, nem espaços de isolamento, caso surja algum caso de infeção pelo novo coronavírus nestes locais.

A principal melhoria registada diz respeito à disseminação de informação e instalação de postos de lavagem de mãos com sabão.

A recolha de informação foi feita pela OIM em colaboração com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) entre 05 e 08 deste mês, "com o objetivo de informar o Governo e parceiros humanitários".

"As informações recolhidas ajudarão os decisores a planear intervenções e restrições, bem como a definir medidas sanitárias e de preparação para prevenir e conter surtos nos locais de reinstalação", refere a OIM.

Em quatro locais de reassentamento (Bandua 2019 e Maximedje, no distrito de Buzi, Sofala, e em Chibue e Muawa no distrito de Sussudenga, Manica) as comunidades comunicaram "ter recebido, em abril, 21 trabalhadores migrantes da África do Sul, que ali se instalaram".

"Destes quatro locais, dois (Bandua 2019 e Maximedje) comunicaram ter examinado clinicamente o estado de saúde dos migrantes antes da entrada", detalha o relatório, mas sem informação sobre os outros dois.

A OIM nota que para uma coordenação de atividades e apoio eficaz a estas zonas de reinstalação de habitantes, cada uma deve contar com uma presença permanente de gestão.

No caso das regiões centrais afetadas pelo ciclone Idai, 20% dos locais disse não dispor atualmente dessa presença permanente, que não existe em nenhum dos cinco pontos de reassentamento a norte.

Moçambique tem um total acumulado de 115 casos de infeção pelo novo coronavírus, sem mortes e com 42 recuperados.

O Idai atingiu o cento de Moçambique em março do último ano, provocou 603 mortos e a cidade da Beira, uma das principais do país, foi severamente afetada.

O ciclone Kenneth causou destruição em Cabo Delgado e Nampula no mês de abril de 2019 e matou 45 pessoas.

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