Quase 80% dos alojamentos turísticos em Portugal reportam cancelamentos de reservas agendadas para os meses de março a agosto deste ano, sobretudo por parte de hóspedes nacionais, seguidos dos espanhóis, franceses, alemães e britânicos, informou hoje o INE.
De acordo com um questionário efetuado durante o mês de abril e a primeira semana de maio pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e que obteve respostas de cerca de 4.600 estabelecimentos sobre as perspetivas para a atividade turística até agosto, 78,9% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes (representativos de 90,9% da respetiva capacidade da oferta) reportaram que a pandemia de covid-19 motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de março a agosto de 2020.
A Região Autónoma da Madeira foi a que apresentou maior peso de estabelecimentos com cancelamentos de reservas (91,8% dos estabelecimentos e 98,8% da capacidade oferecida), seguindo-se os Açores (90,7% e 97,2%, respetivamente), a Área Metropolitana de Lisboa (84,5% e 94,1%, pela mesma ordem) e o Algarve (81,9% e 92,0%, respetivamente).
No segmento da hotelaria, 92,1% do total de estabelecimentos (94,6% da capacidade oferecida) reportaram cancelamentos de reservas devido à pandemia, tendo esta percentagem ascendido a 75,2% dos estabelecimentos de alojamento local (79,4% da capacidade oferecida) e a 68,8% do total (74,2% da capacidade) no turismo no espaço rural e de habitação.
Segundo o INE,“a proporção de estabelecimentos reportando cancelamentos parciais ou totais de reservas diminui nos meses em que tradicionalmente a solicitação de serviços de alojamento turístico é mais intensa”.
Ainda assim, de acordo com esta informação recolhida, cerca de 74,4% reportaram cancelamentos para junho, 63,4% para julho e 57,0% para agosto.
Quando questionados sobre os principais mercados com cancelamentos de reservas (podendo cada estabelecimento identificar até três mercados), o mercado nacional foi o mais referido, tendo sido identificado por 61,0% dos estabelecimentos de alojamento turístico.
O mercado espanhol surgiu a seguir (50,1% dos estabelecimentos), seguindo-se os mercados francês (32,2% dos estabelecimentos), alemão (26,9% dos estabelecimentos) e britânico (23,4% dos estabelecimentos).
Analisando os mercados identificados como um dos três com maior número de cancelamentos de reservas em cada região, observa-se que, no norte, o mercado nacional foi identificado por 66,0% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol, referido por 62,8%.
Já no centro, o mercado nacional foi mencionado por 84,4% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol (53,7% dos estabelecimentos), enquanto na Área Metropolitana de Lisboa o mercado espanhol foi referido por 58,9% dos estabelecimentos, no Alentejo o mercado nacional foi identificado por 81,6% dos estabelecimentos e no Algarve 64,3% dos estabelecimentos referiram o mercado britânico.
Nas regiões autónomas, verifica-se que o mercado nacional foi identificado por 83,8% dos estabelecimentos nos Açores, seguindo-se o mercado alemão (54,7% dos estabelecimentos), enquanto na Madeira este foi identificado por 72,9% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado francês (59,3% dos estabelecimentos) e o britânico (49,6% dos estabelecimentos).
O INE reporta que, na hotelaria, o mercado nacional foi mencionado como um dos três mercados com maior número de cancelamentos por 66,5% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado espanhol (59,0%).
Já nos estabelecimentos de alojamento local, o mercado espanhol foi identificado por 50,5% dos estabelecimentos, seguindo-se o mercado nacional (48,4%), e nos estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação o mercado nacional foi mencionado por 75,2% dos estabelecimentos.