As vendas de bens de grande consumo totalizaram 169 milhões de euros entre 20 e 26 de abril, mais 8% face ao período homólogo, mas menos 1% relativamente à semana anterior, mantendo o ‘online’ crescimentos «muito elevados», segundo a Nielsen.
Segundo os resultados do último barómetro da Nielsen sobre o comportamento durante a pandemia, hoje divulgado, os bens de grande consumo totalizaram “vendas na ordem dos 169 milhões de euros, um aumento de 8% face ao período homólogo e uma variação de -1% comparativamente à semana anterior”.
Já o ‘online’ “mantém crescimentos muito elevados, parecendo confirmar a adesão dos consumidores às compras em canais digitais, apresentando um crescimento de 244% em número de ocasiões de compra e de 225% em número médio de lares a comprar ‘online’” estes bens de grande consumo.
Segundo a consultora, as tendências de consumo dos portugueses na semana entre 20 e 26 de abril mostraram “adaptação” à vida em confinamento e os dados traduzem uma “evolução positiva” que acompanha as tendências verificadas no contexto internacional, tendo sido semelhante em Espanha e em Itália.
Na semana em análise, a alimentação continua em destaque, sendo a área de maior crescimento, seguida das bebidas.
Na categoria da alimentação, “o consumo em casa e os produtos de maior durabilidade continuam a ser os de maior crescimento nesta realidade de estado de emergência”, com um destaque para um acréscimo acima da média nas bebidas quentes (+47%), “dando o café um forte contributo para este dinamismo”, conclui a Nielsen.
Na mesma categoria, os produtos básicos (+27%) e os congelados (+26%) “apresentam também crescimentos significativos”, informa a consultora, detalhando ainda que o setor das cervejas, sidras e panachés cresceu 15% e o das bebidas alcoólicas aumentou 10%.
Nesta semana de abril, o total nos detergentes e produtos de higiene foi de quebra, mas os acessórios de limpeza (+55%), produtos de embalagem e conservação (+28%), higiene do lar (+24%) e produtos para a loiça (+23%) registaram aumentos.
“Já num quadro de queda notória encontramos categorias associadas à vida fora de casa, seriamente refreada ou interrompida, exemplo dos produtos para calçado (-44%) e dos produtos solares (-91%)”, adianta a consultora.
Marta Teotónio Pereira, ‘Client Consultant Senior’ da Nielsen, citada no comunicado, explica que “a preocupação em assegurar uma alimentação com validade alargada e passível de ser conservada por mais tempo e produtos relacionados com a higiene saltam à vista no topo da lista de compras dos portugueses neste estado de restrição”.
Segundo a mesma responsável, alterou-se também o tipo de lojas escolhidas, face às tendências do período antes da covid-19, com o crescimento das lojas de proximidade, “comprovando que os portugueses procuram soluções mais próximas das suas casas, evitando deslocar-se desnecessariamente”.