O Governo são-tomense recebeu hoje um laboratório para testes à covid-19, 10 ventiladores e equipamentos de proteção individual, oferecidos pelas Nações Unidas, disse a ministra dos Negócios estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Elsa Pinto.
"São equipamentos que podem reforçar o nosso combate a essa pandemia que assola as nações e São Tomé e Príncipe também tem sofrido as agruras dessa pandemia", disse Elsa Pinto à imprensa no aeroporto de são Tomé, acompanhando a chegada desses materiais no voo humanitário fretado pela União Europeia, a partir de Lisboa.
"Primeiramente eu gostaria de agradecer ao sistema das Nações Unidas, que durante semanas e em colaboração com o Governo, permitiu que hoje chegasse a São Tomé o laboratório que irá dotar o nosso país de meios que vão permitir realizar localmente os testes de covid-19", acrescentou a ministra.
Segundo as autoridades são-tomenses, o país regista 240 casos positivos de infeção pelo novo coronavírus e sete mortos.
Os materiais chegados hoje ao país fazem parte de um donativo de 12 toneladas para o Plano de Contingência Nacional do Governo são-tomense de combate à pandemia.
Além dos equipamentos e medicamentos, chegaram também ao país uma equipa de emergência médica portuguesa ao serviço da Organização Mundial da Saúde (OMS), composta por quatro profissionais, sendo um médico, dois enfermeiros intensivistas e um especialista em logística, bem como um consultor especialista em gestão de emergências de saúde pública.
"O nosso apreço também é dirigido ao Governo português, que conseguiu através de negociações com a União Europeia permitir que este voo de caráter humanitário para o repatriamento dos cidadãos europeus pudesse trazer os equipamentos para São Tomé e Príncipe", explicou a governante.
A chefe da diplomacia são-tomense lembrou que a pandemia da covid-19 desencadeou "uma onda de solidariedade que estava adormecida desde a Segunda Guerra Mundial".
"Todos trabalharam arduamente para que este voo acontecesse", sublinhou.
Elsa Pinto enfatizou a chegada ao país do laboratório como um equipamento que "faz toda a diferença".
"É o que deveria ter acontecido há muito tempo mas que, por razões de logística, nós não conseguimos. E hoje esse equipamento, que faz toda a diferença, permitirá fazermos um rastreio completo e sobretudo estabelecer um quadro epidemiológico fiável em São Tomé e Príncipe a partir de agora", comentou a chefe da diplomacia são-tomense.
O voo humanitário levou igualmente para o arquipélago um lote de medicamentos, 7.200 vacinas contra a poliomielite e 9.600 contra o pneumococo.
Esta doação está avaliada em mais de 250 mil dólares (230 mil euros) e enquadra-se no suporte técnico e material da 'Equipa País das Nações Unidas' que visa contribuir para o reforço da capacidade de resposta de São Tomé e Príncipe aos impactos da covid-19 e mitigar a propagação do vírus no país.
"Estamos todos muitos satisfeitos por ter vencido esta etapa, marcada sobretudo por um laboratório para testes PCR que vai ser instalado no país", referiu a chefe da diplomacia são-tomense.
Em África, há 2.556 mortos confirmados, com quase 75 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (913 casos e quatro mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (522 casos e seis mortos), Cabo Verde (326 casos e duas mortes), São Tomé e Príncipe (240 casos e sete mortos), Moçambique (119 casos) e Angola (48 infetados e dois mortos).
O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com quase 14 mil mortes e perto de 203 mil infeções.