O treinador do FC Porto admitiu hoje que o avançado brasileiro Hulk ''estava fora de jogo no primeiro golo'', depois da prometida ''análise séria'' ao jogo com o Sporting de Braga, da 15ª jornada da Liga de futebol.
''Aceito que no lance de Cissokho com Alan pudesse ter sido grande penalidade. Se fosse, aceitaria, mas não vi nada que pudesse provar que o Guarin bateu a bola com a mão e, na dúvida, não posso qualificar'', acrescentou Jesualdo Ferreira, aludindo a outros lances que causaram polémica no encontro, disputado sábado em Braga e que terminou com vitória dos ''dragões'' por 2-0.
Jesualdo Ferreira recordou que ''o prometido é devido'' e comentou, dentro dos parâmetros de seriedade que exige a si próprio, as incidências do jogo com os ''arsenalistas'', da última jornada da Liga.
''No final do jogo com o Sporting de Braga foi-me feita uma pergunta que não tinha cabimento (relativa a alguns lances duvidosos) e que exigia uma resposta séria e de acordo com as análises que faço'', referiu.
Jesualdo Ferreira adiantou que o tratamento dos jogos não é feito a quente, mas sim pelo cruzamento de vários vectores, pelo que, na altura, não podia dar uma resposta séria à questão em torno dos lances.
Além da irregular posição de Hulk no primeiro golo do FC Porto, em que este serviu Rodriguez, Jesualdo Ferreira admitiu ainda que ''Tomas Costa não estava fora de jogo, mas os dois lances são sempre duvidosos'', referindo-se a uma jogada em que foi invalidado um golo ao jogador argentino, quando este estava no limite do fora de jogo.
''Não acredito que neste momento alguma equipa de arbitragem seja capaz de estar segura nas arbitragens que faz, porque o grau de exigência de um jogo, o clima que se cria, o tipo de jogadores e o tipo de equipas que estão em confronto tem uma influência muito grande nas decisões'', frisou.
Depois de se debruçar sobre vários factores paralelos ao jogo que podem estar a influenciar as decisões de arbitragem, Jesualdo Ferreiraconsidera que o que se está a passar nos jogos é que às equipas de arbitragem tem faltado lucidez e serenidade para, em clima de exigência e de grande dificuldade, ajuizarem.
''O que eu acho é que os treinadores, os jogadores e as pessoas envolvidas no jogo, ao estarem permanentemente a falar das arbitragens, denunciam que aquilo que é mais importante, os treinos, a organização e as estratégias, não é o que ocupa mais seriamente as pessoas'', refere.
Para Jesualdo Ferreira, ''é preciso ser mais competente neste grande e apaixonante negócio'' e que ''menos falências tem''.
''Não acredito que em algum momento o futebol deixe de ter erros. Não é possível'', acrescentou Jesualdo Ferreira, considerando chocante quando erros claros não são devidamente avaliados ou são avaliados conforme interesses: ''Isso para mim não é seriedade''.