O consulado-geral do Brasil em Lisboa anunciou hoje que o Estado brasileiro fretou mais um voo para repatriamento de cidadãos nacionais, que se realiza na sexta-feira, partindo de Lisboa com destino a São Paulo.
O avião leva viajantes retidos em Portugal por causa do cancelamento de voos e pessoas em situação limite de vulnerabilidade, como consequência da pandemia de covid-19, adiantou um comunicado divulgado hoje, no qual se "desencoraja" a deslocação ao aeroporto de quem não tenha sido contactado para integrar a lista de passageiros deste voo.
Mas a nota adiantou que as autoridades brasileiras estão a trabalhar "para viabilizar um voo de repatriamento adicional, sempre em benefício dos nacionais brasileiros que se cadastraram previamente junto àquela repartição consular, bem como aos consulados-gerais no Porto e Faro".
O consulado-geral do Brasil em Lisboa comunicou que realizará o sétimo voo de repatriamento de nacionais brasileiros na sexta-feira “entre Lisboa e São Paulo”.
“Todos os passageiros contemplados com assentos no voo já foram contactados pelo consulado, bem como os nomes constantes de lista de espera, a ser eventualmente embarcados em caso de ‘no-show’ [de falta de passageiros] dos passageiros originais”, acrescentou a representação diplomática.
Quanto às listas dos passageiros que viajarão no voo, informou que estas "foram preparadas com base nos cadastros mantidos pelos três consulados-gerais, em Lisboa, Porto e Faro, conforme instruções amplamente divulgadas ao público”.
As listas visam dar resposta “a dois conjuntos distintos de nacionais brasileiros: viajantes retidos em Portugal por cancelamentos de voos, no contexto da pandemia da covid-19, e o universo de brasileiros desvalidos, sem condições de manter-se em Portugal nem de arcar com suas próprias passagens de regresso ao Brasil".
Assim, a nota desencoraja os que não foram contactadas até agora, e que “não figuram na lista de passageiros ou na lista de espera, a deslocarem-se ao aeroporto”, sublinhando que "quaisquer orientações em sentido contrário são contraproducentes, irresponsáveis e inefetivas, na medida em que nenhuma pessoa que não conste das listas previamente preparadas pelo consulado será embarcada".
O cônsul adjunto do Brasil em Lisboa garantiu à Lusa, em 27 de abril, que poderia haver mais voos fretados pelo Estado brasileiro, além dos seis que já tinham sido realizados na altura, para levar pessoas em situação de vulnerabilidade e também mais viajantes de regresso ao seu país de origem.
"Pode haver mais voos fretados para turistas e pessoas que residam em Portugal e estejam numa situação limite de vulnerabilidade", afirmou na altura à Lusa, por telefone, Eduardo Hosannah.
Este sétimo voo, que se realizará na sexta-feira, é também fretado pelo Estado brasileiro à TAP, confirmou a Lusa junto do consulado, e transportará cerca de 300 passageiros.
Em 16 de abril partiram para São Paulo os dois primeiros voos da TAP, dos seis fretados pelo Governo brasileiro, num contrato num valor global de 1,4 milhões euros, a primeira secretária do consulado do Brasil em Lisboa, Izabel Curry, disse que o sexto voo não era garantido que se viesse a realizar.
Naquele dia, tal como a Lusa verificou no local, uma boa parte das dezenas de passageiros que se encontravam na fila de espera para entrar na porta principal das partidas do aeroporto de Lisboa, não eram turistas, eram residentes sem emprego e estudantes universitários.
Em 26 de abril, quando partiu o quinto voo fretado, vários passageiros brasileiros ficaram sem lugar e organizaram um protesto frente à porta de entrada do aeroporto de Lisboa, que durou até à realização do sexto voo no final daquela semana.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 323 mil mortos e infetou quase 4,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.263 pessoas das 29.660 confirmadas como infetadas, e há 6.452 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com mais de 17.900 mortes e mais de 271 mil infeções.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.