O hospital de campanha para doentes de covid-19, onde vai trabalhar uma equipa do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) de Portugal, vai começar a receber pacientes na quinta-feira, revelou hoje uma fonte governamental.
"De acordo com o nosso programa, com o que projetamos, será a partir do dia 21, quinta-feira, que este hospital começará a receber doentes", disse o ministro da Saúde, Edgar Neves.
O governante são-tomense participou numa visita às instalações que albergam 17 tendas, com "todos os apetrechos necessários para tratamentos de doentes com o novo coronavírus", segundo referiu.
De acordo com o ministro, os pacientes internados no centro de isolamento do Hospital Aires de Menezes e os sintomáticos respiratórios serão os primeiros a ser transferidos para este hospital de campanha, instalado no Centro de Estágio da Federação São-tomense de Futebol, no centro da capital, onde vão trabalhar uma médica e dois enfermeiros do INEM.
Fonte do Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe indicou que no centro de isolamento do hospital Ayres de Menezes estão 15 pacientes de covid-19 e outros 17 estão internados no serviço de tratamento sintomático respiratório.
"Em função dos números que estão lá, faremos a transferência para este hospital, mas esse processo é dinâmico e não podemos garantir taxativamente que amanhã enviaremos uma certa quantidade porque o número pode alterar", explicou Edgar Neves.
O hospital de campanha, construído com financiamento da Organização Mundial de Saúde (OMS), tem capacidade para 50 camas, mas o governante considerou que o espaço "é adaptável" e nele está previsto trabalharem mais de 40 funcionários de saúde.
"Em função das necessidades o número de camas pode aumentar, ou seja, a separação entre uma cama e outra pode-se reduzir, desde que seja necessário, sem correr riscos", explicou o ministro da Saúde.
A representante da OMS, Claudina Cruz, considerou que a abertura do hospital de campanha marca o "exemplo de cooperação entre a OMS, o INEM e o Governo são-tomense", que permitiu recrutar “profissionais de reconhecida capacidade técnica para ajudar na instalação de um centro de tratamento de excelência para o povo de São Tomé e Príncipe".
Em África, há 2.919 mortos confirmados, com mais de 91 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné-Bissau lidera em número de infeções (1.089 casos e seis mortos), seguindo-se a Guiné Equatorial (719 casos e sete mortos), Cabo Verde (349 casos e três mortes), São Tomé e Príncipe (258 casos e 11 mortos), Moçambique (156 casos) e Angola (52 infetados e três mortos).
O país lusófono mais afetado pela pandemia é o Brasil, com mais de 17.900 mortes e mais de 271 mil infeções.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 323 mil mortos e infetou quase 4,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,8 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.