O Ministério da Educação de Moçambique e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) lançaram hoje um projeto de 15 milhões de dólares (13,8 milhões de euros) para mitigar o impacto da covid-19.
O projeto é financiado pela Parceria Global para a Educação (GPE, na sigla inglesa) e servirá para financiar "as principais atividades do plano de resposta" desenhado pelo Governo para a área do ensino, após o encerramento de escolas em 23 de março, disse Carmelita Namashulua, ministra da Educação.
A paralisação afetou 8,5 milhões de estudantes, para prevenir a possibilidade de serem vetores de propagação do novo coronavírus.
A verba servirá "para que o ensino à distância seja ministrado durante o período da suspensão das aulas presenciais e preparar o retorno à escola", referiu a governante.
A Unicef espera que este projeto "permita conter as perturbações na educação e apoiar as crianças a retomarem a aprendizagem em ambiente escolar seguro, limpo e higiénico", disse Katarina Johansson, representante interina da agência da ONU em Moçambique.
Ainda não há data para reabertura das escolas, mas o programa hoje anunciado pretende também preparar o país para esse dia.
"É importante que as crianças, especialmente as vulneráveis e marginalizadas, continuem a aprender durante a suspensão escolar e possam recuperar o atraso após a reabertura escolar num ambiente seguro, para que as oportunidades de aprendizagem perdidas possam ser recuperadas e o sistema educativo possa voltar a construir, melhor", acrescentou.
A Parceria Global para a Educação mobiliza investimentos e reúne parceiros para ajudar os governos em todo o mundo.
Desde 2008, Moçambique recebeu 225 milhões de dólares (207 milhões de euros) de subvenções da GPE para implementar os seus planos setoriais de Educação.
A proposta agora aprovada foi endossada pelos parceiros do setor de Educação e pelos membros do Grupo de Educação em Emergência e inclui cinco eixos.
Passa por promover a educação para a saúde e higiene, orientar as escolas para o fornecimento de água e detergente, manter os serviços em prontidão, assegurar a continuidade do processo de aprendizagem e promover o regresso às aulas num ambiente seguro, após a reabertura das escolas.
Ainda não há data para o regresso físico às escolas em Moçambique, dado que o estado de emergência que se iniciou em 01 de abril para prevenção da covid-19 foi prolongado até final de maio, aguardando-se na próxima semana por decisões das autoridades sobre o que se seguirá.
Moçambique tem um total acumulado de 164 casos de infeção pelo novo coronavírus com 48 recuperados e sem registo de mortes.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou quase 330 mil mortos e infetou mais de 5,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,9 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.