O fim do patrocínio da NOS à I Liga portuguesa, em junho de 2021, surge após uma relação que trouxe «benefício para as duas partes», disse hoje à Lusa a diretora executiva da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Segundo Sónia Carneiro, a parceria de seis anos, renovada em 2017 já com Pedro Proença na presidência da LPFP, foi "um casamento feliz para as duas partes, e ainda será durante mais 14 meses".
"É uma relação de benefício para as duas partes. Este é um momento como outro qualquer [para anunciar], e permite à Liga ter 14 meses para encontrar um patrocinador", explicou.
Segundo a diretora executiva, os direitos de ‘naming' da principal competição portuguesa têm agora um "valor 30% superior ao que foi negociado com a NOS em 2017", segundo um estudo encomendado pelo organismo.
Para a NOS, acrescentou, o objetivo era "passar efetivamente a ser conhecida" por essa designação, o que "foi alcançado", razão pela qual a Liga percebe "os argumentos" para o final da parceria por parte da operadora.
"Foram seis anos muito produtivos, de crescimento em conjunto. É um virar de página, mas só daqui a 14 meses, teremos ainda muitas coisas bonitas com a NOS até lá. (...) Agora é ir para o mercado a seguir", atirou Sónia Carneiro.
Em comunicado, a Liga deu conta do final do contrato de patrocinador principal e ‘naming sponsor' (o que atribui à competição o nome da marca em questão) da I Liga portuguesa, sob alçada da LPFP, que em 2017, aquando da sua renovação, foi estimado em 20 milhões de euros pela imprensa desportiva.
Aquele organismo agradeceu à operadora, que será o parceiro exclusivo mais longo da história, com sete anos, enquanto a NOS diz que "vê muito positivamente o resultado da parceria, ao longo das últimas épocas, com a LPFP, que muito contribuiu para uma maior visibilidade da paixão que une os portugueses".
O anúncio surge no dia em que o Benfica pediu para deixar a direção da Liga, que integra ao lado de outros quatro primodivisionários, o FC Porto, o Sporting, o Tondela e o Gil Vicente, além de Mafra, Leixões e Cova da Piedade, da II Liga.
Antes, na quinta-feira, Pedro Proença pediu à mesa da Assembleia Geral a marcação de uma reunião magna para 09 de junho, para discutir a governação do organismo e apreciar o apoio anunciado para os clubes da II Liga, abandonada na sequência da pandemia de covid-19.
A liderança de Proença tem sido questionada depois de ter sido divulgada uma carta do dirigente ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, solicitando a sua influência para fossem transmitidos em sinal aberto os restantes 90 jogos da I Liga, que tem reinício previsto para 04 de junho, depois da interrupção devido à pandemia de covid-19.
Por seu lado, a NOS registou prejuízos de 10,4 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, contra 42,5 milhões de euros em termos homólogos, admitindo que os resultados foram "amplamente impactados" pela pandemia, numa comunicação à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Nas telecomunicações, "os maiores impactos foram sentidos na receita de subscrição de canais 'premium', em particular dos canais de desporto (Sport TV, BTV e Eleven Sports) que foram disponibilizados aos clientes de forma gratuita e nas receitas provenientes do 'roaming' internacional, fruto da impossibilidade de viajar".