O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) está a desenvolver um estudo para avaliar o impacto da covid-19 na saúde mental e bem-estar dos profissionais que estão na linha da frente de combate à pandemia.
Coordenado pelo Departamento de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças Não Transmissíveis do INSA, o projeto "Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID-19)" pretende avaliar os profissionais de saúde e outros profissionais que estão no combate à doença covid-19, bem como a população em geral.
“No contexto atual, os doentes e os profissionais de saúde estão mais vulneráveis a potenciais impactos emocionais, bem como cidadãos em isolamento, quarentena ou distanciamento social”, afirma o INSA em comunicado.
Nesse sentido, adianta, torna-se “fundamental avaliar o impacto da pandemia em diferentes dimensões da saúde mental e tomar medidas promotoras de bem-estar e reforço da saúde mental positiva, mitigando o sofrimento psicológico identificado na comunidade e nos profissionais dos serviços de saúde e outros”.
O projeto visa assim avaliar “dimensões consideradas relevantes em saúde mental, tais como bem-estar geral, auto perceção do estado de saúde, stress, ansiedade, depressão, stress pós-traumático, consumos e adições, resiliência, presentismo, burnout e acesso aos serviços”, refere o INSA em comunicado.
Desenvolvido em colaboração com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e com a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental), o estudo vai identificar fatores de proteção e/ou fragilização da saúde mental e bem-estar, através de questões sobre a situação individual face à pandemia, conciliação trabalho-família, situação face ao trabalho e rendimento, desempenho profissional e segurança laboral, atividades de lazer e estilos de vida e expectativas face ao futuro.
“A pandemia covid-19 tem impacto na saúde mental e bem-estar, podendo conduzir a ansiedade e depressão ou eventualmente ao suicídio, assim como ao aumento de vulnerabilidade socia”, refere o INSA.
De entre os fatores que conduzem à fragilização da saúde mental, incluem-se medo, isolamento, frustração, falta de bens essenciais, informação desadequada, perda de rendimentos ou do emprego e estigma, salienta.
A recolha de dados do projeto é realizada em três momentos distintos, entre maio e julho deste ano, através do preenchimento de um questionário online, disponível em https://smcovid19.limequery.com/286988?lang, composto por 52 itens e que demora cerca de 20 minutos a preencher, sendo garantida a confidencialidade e a anonimização de todas as respostas.
Ao longo do trabalho, serão disponibilizados dados e análises preliminares no ‘site’ do projeto (https://sm-covid19.pt/).
Segundo o INSA, “os dados obtidos permitirão produzir recomendações que contribuam para a melhoria de respostas dos serviços de saúde aos problemas de saúde mental das populações”
Portugal contabiliza 1.316 mortos associados à covid-19 em 30.623 casos confirmados de infeção, referem os últimos dados da Direção-Geral da Saúde (DGS), segundo os quais há 17.549 pessoas recuperadas.