Portugal prevê realizar, a 13 de junho, um voo para repatriar portugueses e outros europeus que ficaram retidos na Venezuela, após o encerramento, a 15 de março, do espaço aéreo venezuelano, devido à pandemia de covid-19.
O anúncio do voo de repatriamento, para portugueses com residência em Portugal, foi feito esta quarta-feira pelo Consulado Geral de Portugal em Caracas (CGPC), organismo que prestou assistência a 51 portugueses que foram repatriados desde finais de março, em voos organizados pela União Europeia e Espanha para cidadãos europeus.
“O CGPC informa que está a ser organizado um voo de regresso a Portugal, para o próximo dia 13 de junho (sábado), visando única e exclusivamente levar os cidadãos portugueses – e outros cidadãos de países da União Europeia com residência legal e comprovada na Europa – que ficaram retidos na Venezuela devido ao fecho do espaço aéreo venezuelano no passado dia 15 de março”, explica um comunicado divulgado em Caracas.
O documento explica ainda que “o custo de cada bilhete de avião é de 796,00 € (euros)”.
“Reiteramos que apenas os cidadãos comprovadamente residentes em Portugal ou noutro país europeu terão acesso à compra de bilhetes para este avião”, sublinha.
Por outro lado, o CGPC indica que “devido ao elevado número de interessados neste voo”, os cidadãos portugueses têm até às 09:00 locais (14:00 em Lisboa) da próxima segunda-feira, dia 01 de junho, para informar o consulado e enviar vários requisitos para o e-mail cgcaracas@mne.pt.
Os portugueses que queiram ser repatriados deverão enviar uma cópia do passaporte português e, no caso dos cidadãos com dupla nacionalidade, também uma cópia do passaporte venezuelano.
Devem ainda apresentar comprovativos de residência em Portugal ou noutro país europeu, indicar a cidade e morada completa onde se encontram atualmente na Venezuela, um endereço de e-mail e números de telefones fixos e de telemóvel, incluindo para o WhatsApp.
Até ao momento, não foi divulgada informação oficial sobre o tipo de avião, qual a companhia que realizará este voo de repatriamento, nem qual a capacidade em termos de lugares.
Em 26 de março a companhia aérea espanhola Plus Ultra realizou o primeiro voo organizado por Espanha para transportar cidadãos europeus, no qual foram repatriados 18 cidadãos portugueses.
A 16 de abril outros 30 portugueses foram repatriados no segundo voo da Plus Ultra.
Por outro lado, a 23 de maio último, cinco portugueses com residência comprovada em Espanha foram repatriados para Madrid, num voo da mesma companhia aérea.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 1245 casos de pessoas infetadas e 11 mortes associadas ao coronavírus. 302 recuperaram da doença.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.
Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena e impedidos de circular livremente entre os vários estados do país.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.