O primeiro-ministro timorense disse hoje que a tomada de posse de oito novos membros do Governo representa um “esforço de concertação e diálogo”, a normalização da ação governativa e a “solidez do regime democrático” no país.
“A construção do futuro da nossa nação não dispensa o contributo de nenhum timorense e é com consciência deste facto que o VIII Governo Constitucional se abre à participação de novas forças políticas”, afirmou Taur Matan Ruak, no Palácio Presidencial em Díli, depois da cerimónia de posse de oito novos membros do Governo.
“Um esforço de concertação e de diálogo que é fundamental para garantir que Timor-Leste e os timorenses podem aspirar a um futuro mais próspero e feliz”, disse.
“Assente neste novo entendimento, temos um Governo mais forte, inclusivo e disponível para cooperar com todos os órgãos de soberania e, em conjunto, enfrentar todos os desafios”, afirmou.
Os novos membros do executivo são as primeiras nomeações para o Governo, agora com uma nova maioria parlamentar, apoiada pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), pelo Partido Libertação Popular (PLP), pelo Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO) e pelo Partido Democrático (PD), que representam 41 dos 65 deputados.
A posse de hoje pretende “assegurar o restabelecimento da normalidade governativa” e abrir caminho com a remodelação “à estabilidade política que permita o contributo e o envolvimento de todos os timorenses, independentemente da ideologia que tenham, partido em que militem ou aspirações que tenham para com o país”, explicou Taur Matan Ruak.
“A estabilidade política e a abertura ao diálogo são pressupostos fundamentais para o sucesso da ação de qualquer governo, independentemente dos partidos que o apoiem ou do primeiro-ministro que o lidere”, salientou.
“Estamos cientes que, em democracia, muitas são as ideias e as aspirações que os cidadãos e as organizações políticas, cívicas ou sociais têm para a sua pátria”, afirmou.
O chefe do Governo disse ser essencial “encontrar compromissos” que mobilizem todos para alcançar “objetivos nacionais comuns”.
Assim, esta tomada de posse representa a “solidez do nosso regime democrático, da vitalidade da nossa democracia e dos nossos cidadãos, assim como da capacidade que, enquanto timorenses, sempre tivemos de encontrar soluções para os desafios que enfrentamos em cada momento, através do recurso ao diálogo e ao compromisso”, disse.
Agora é crucial “trabalhar cada vez mais e melhor na procura de resposta para os problemas” que o país enfrente, pelo que “este é um Governo de trabalho que estará aberto ao diálogo e à participação de todos quantos queiram dar um contributo positivo para o desenvolvimento da nossa terra e do bem-estar do nosso povo”, destacou.
O chefe do Governo reconheceu que não esperava, quando tomou posse em 22 de junho de 2018, as “vicissitudes que viriam a agitar a política nacional e, muito menos, prever a pandemia da covid-19”, com grande impacto na economia timorense.
“Durante toda a sua história, o povo timorense sempre se excedeu em tempos de grande dificuldade, quando os acontecimentos externos ameaçavam o nosso modo de vida e, como seria de prever, mais uma vez, enfrentou estes desafios, contribuindo para a estabilidade social, demonstrando maturidade, sentido democrático e patriotismo ímpares”, referiu.
O chefe do Governo agradeceu aos ministros cessantes e ao Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo pela “cooperação institucional e construtiva que sempre procurou manter com o Governo”.
O primeiro-ministro disse que o Governo quer acelerar a implementação do programa, apostando, entre outras agendas, na estabilidade social, recuperação e crescimento económico, melhorias na educação e saúde e “na flexibilização e facilitação do investimento privado em Timor-Leste”.
“Igualmente importante é a recuperação da confiança dos timorenses nos seus representantes, pelo que pretendemos encetar esforços para uma reforma administrativa verdadeiramente transformadora, que permita ter uma administração aberta e transparente, assente nos princípios democráticos de boa-fé, interesse público e ética”, afirmou.