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Covdi-19: Economia do Brasil recua 1,5% no primeiro trimestre devido à pandemia

A economia brasileira recuou 1,5% no primeiro trimestre do ano, face ao quarto trimestre de 2019, refletindo os primeiros impactos da paralisação económica causada pela pandemia de covid-19, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Covdi-19: Economia do Brasil recua 1,5% no primeiro trimestre devido à pandemia
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Em valores correntes, o Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, chegou a 1,8 biliões de reais (cerca de 300 mil milhões de euros) no período.

O IBGE frisou que "a queda do PIB do primeiro trimestre deste ano interrompe a sequência de quatro trimestres de crescimentos seguidos e marca o menor resultado para o período desde o segundo trimestre de 2015 (-2,1%). Com isso, o PIB está em patamar semelhante ao que se encontrava no segundo trimestre de 2012".

O órgão de estatísticas do Governo brasileiro destacou que na comparação com igual período de 2019, o PIB brasileiro registou variação negativa de 0,3%.

Rebeca Palis, coordenadora de contas nacionais do IBGE, avaliou que a retração da economia brasileira foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% das riquezas produzidas no país.

A indústria também caiu (-1,4%), enquanto a agropecuária cresceu (0,6%).

"Aconteceu no Brasil o mesmo que ocorreu em outros países afetados pela pandemia, que foi o recuo nos serviços direcionados às famílias devido ao fechamento dos estabelecimentos. Bens duráveis, veículos, vestuário, salões de beleza, academia, alojamento, alimentação sofreram bastante com o isolamento social", explicou Palis.

Os efeitos da pandemia também influenciaram a queda de 2% no consumo das famílias brasileiras, pior resultado desde 2001 quando o país enfrentou uma crise no setor de energia elétrica. Atualmente, o consumo das famílias tem um peso de 65% do PIB brasileiro.

O consumo do Governo ficou praticamente estável registando ligeira alta de (0,2%) no primeiro trimestre deste ano, mesmo patamar do último trimestre de 2019.

Os investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), por outro lado, cresceram 3,1%, puxados pela importação líquida de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás.

Já a balança comercial brasileira registou queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 2,8%.

"As exportações foram bastante prejudicadas pela demanda internacional. Um dos países muito importantes para a gente que tem afetado nossas exportações é a Argentina. E a China também, que no primeiro trimestre foi o primeiro país a fechar as fronteiras. Então as nossas exportações foram bastante afetadas", avaliou Rebeca Palis, do IBGE.

A taxa de investimento no Brasil de janeiro a março de 2020 foi de 15,8% do PIB, acima do observado no mesmo período do ano anterior (15%).

A taxa de poupança foi de 14,1% no primeiro trimestre de 2020 (ante 12,2% no mesmo período de 2019).

Desde que o novo coronavírus foi detetado no país, no final de fevereiro, o Brasil registou 438.238 casos confirmados e 26.754 mortes provocadas pela doença, segundo o Ministério da Saúde do país.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

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