Moçambique vai beneficiar de um reforço de equipamento de proteção individual para profissionais de saúde que estão na linha da frente de combate ao novo coronavírus, anunciaram hoje o Governo e os doadores, Unicef e União Europeia (UE).
"A segurança dos profissionais de saúde moçambicanos durante a resposta à covid-19 é de extrema importância", salientou Armindo Tiago, ministro da Saúde moçambicano, durante uma cerimónia de entrega realizada hoje.
Um total de 11 toneladas de material chegou a Maputo de avião num voo de carga especial na quinta-feira com 134 mil máscaras cirúrgicas, 11 mil viseiras, 30 mil coberturas integrais, 192 termómetros de medição à distância e 600 óculos de proteção - tudo enviado pela divisão de abastecimento global do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), através de Nairobi (Quénia).
Conseguir transportar o material para Moçambique foi um desafio complexo face às restrições nos transportes, realça a Unicef, que teve de "descentralizar o pré-posicionamento de aprovisionamento e criar novas parcerias com os setores público e privado" para ultrapassar as dificuldades.
A doação da agência das Nações Unidas e da delegação da UE vai passar a ser usada numa altura em que se avolumam os sinais de Moçambique estar a entrar na fase de transmissão local do vírus.
"Proteger os profissionais de saúde e fortalecer as capacidades do sistema de saúde para responder a esta pandemia é uma prioridade. Com estes suprimentos cruciais, estamos a dar um passo importante", referiu Djamila Cabral, representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no país.
No entanto, há também uma grande preocupação "com o impacto secundário significativo que esta crise terá na saúde das crianças devido às interrupções dos serviços de saúde materna, neonatal e infantil essenciais", disse Katarina Johansson, representante interina da Unicef em Moçambique.
Moçambique acumula 233 casos de covid-19, com duas mortes e 82 recuperados.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.