O centro comercial Ubbo, na Amadora, prepara-se para a reabertura das lojas e adotou regras e tecnologias para ajudar os clientes na nova forma de estar no ‘shopping’ em segurança, face à pandemia de covid-19.
A dias da reabertura das lojas dos centros comerciais – que na Área Metropolitana de Lisboa vão ficar fechados até 04 de junho –, no Ubbo ultimam-se os preparativos para garantir que estão reunidas todas as condições de segurança, tanto para os clientes, como para quem trabalha no ‘shopping’.
Tecnologia ‘click & collect’ para fazer compras remotamente e levantá-las no parque de estacionamento com faixas de entrega rápidas, aplicações com leituras de QR Code para monitorizar a quantidade de pessoas dentro de uma loja e o seu tempo de permanência na mesma e máquinas de ‘vending’ com máscaras e gel desinfetantes nas entradas do centro comercial são apenas algumas das várias medidas adotadas.
“É uma nova experiência, mas que temos a noção e a certeza que vai ser uma experiência segura, porque as pessoas vão perceber efetivamente que vão frequentar um local seguro, com medidas e com cuidados que nunca encontraram antes”, disse à Lusa o diretor do centro comercial, Tiago Santos Pereira.
De acordo com o responsável, foi feito um reforço da vigilância, para garantir que as pessoas só entram com máscara e assegurar o cumprimento da distância social recomendada.
Também a limpeza foi reforçada, para garantir a higienização frequente de, por exemplo, casas de banho e pontos de contacto, como puxadores.
Na zona de refeições vai ser permitido ocupar apenas 50% da sua capacidade, com mesas e cadeiras mais afastadas.
Foi ainda feito um reforço da sinalética, para que os clientes sejam relembrados das regras a cumprir enquanto andam pelo centro.
“Encaramos isto com muito ânimo, com muita expectativa e acreditamos seriamente que vamos conseguir transmitir às pessoas e garantir à sociedade a segurança de que necessita e a confiança para poder voltar, comprar, circular, viver, adaptada a estas novas circunstâncias”, disse Tiago Santos Pereira.
“Os centros comerciais são locais seguros, estão preparados para receber”, acrescentou.
O diretor de ‘property management’ para a Ibéria da CBRE, que gere aquele centro comercial, Luís Arrais, explicou à Lusa que logo desde o encerramento das lojas, em meados de março, a equipa começou a adaptar a operação de acordo com a regulamentação que ia sendo publicada pelo Governo.
Essa estratégia de adaptação, disse, assentou em três pilares fundamentais: segurança, adaptação dos serviços e comunicação com lojistas e clientes.
“Obviamente que há receios, acreditamos que será um processo gradual”, admitiu Luís Arrais, referindo-se à confiança das pessoas para voltarem a frequentar este tipo de espaços.
Uma das lojas de roupa do centro, além da sinalética colada no chão e mensagens de sons aos clientes para garantir o cumprimento das regras, vai ter também um horário restrito para alguns grupos específicos.
“Não nos podemos também esquecer das nossas mamãs e da população mais vulnerável e pensámos também num horário restrito, para que estas pessoas se sentissem seguras e vamos ter, nesse horário, a possibilidade de eles estarem com a loja fechada e poderem também fazer as suas compras em segurança”, explicou à Lusa a responsável de Recursos Humanos da Kiabi Portugal, Raquel Courinha.
Já o diretor de ‘marketing’ do grupo de restauração Ibersol, João Falcão, considerou que as alterações necessárias para a reabertura foram “desafiantes” para todos os lojistas.
No caso do restaurante Pizza Hut, gerido pelo grupo, a equipa recebeu formação nos novos protocolos relacionados com a covid-19.
O restaurante está já a funcionar com um conjunto de mesas interditas para garantir o distanciamento social necessário e medidas reforçadas de higienização, para que os clientes se sintam “seguros” e “confortáveis”, esclareceu.
“Eu julgo que nós todos, enquanto clientes, ainda estamos um bocado apreensivos para ver como é que as coisas vão voltar a acontecer. […] Mas os clientes estão a voltar, eu diria que com alguma saudade”, considerou João Falcão.
Para a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) a reabertura das suas lojas devia ter acontecido no dia 18 de maio, sustentando que podem dar “um contributo fundamental para a retoma” económica.
Na sexta-feira, depois de uma reunião de Conselho de Ministros, o Governo anunciou que os centros comerciais e as lojas do cidadão vão permanecer fechados na Área Metropolitana de Lisboa até 04 de junho.