A bolsa nova-iorquina voltou hoje a fechar em alta, com a perspetiva de reabertura da economia a predominar sobre a das manifestações e dos protestos antirracistas nos EUA ou do risco de agravamento das tensões sino-norte-americanas.
Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average ganhou 1,05%, para os 25.742,65 pontos, e o tecnológico Nasdaq 0,59%, para os 9.608,38.
O alargado S&P500, por seu lado, valorizou 0,82%, para as 3.080,82 unidades.
“Os investidores estão focados principalmente no que o futuro lhes reserva”, estimou Nate Thooft, responsável de investimento na Manulife Investment Management.
“E apesar de todas as notícias negativas, apesar de todos os indicadores desastrosos, os investidores pensam que a situação só pode melhorar”, acrescentou. “O caminho não será sem sobressaltos, mas deveremos ter regressado a uma forma de normalidade dentro de 12 a 18 meses”, previu.
Neste contexto, os investidores têm tendência a relegar para segundo plano os eventuais riscos, “como o de uma segunda vaga de casos da covid-19, as tensões acrescidas entre Washington e Pequim ou a incerteza ligada às eleições presidenciais”.
Como, ao mesmo tempo, o banco central e o Governo norte-americano continuam a fornecer um apoio financeiro massivo, “há muito dinheiro em circulação” pronto para ser investido em bolsa, recordou.
As manifestações contra a brutalidade policial, o racismo e as desigualdades sociais, por vezes misturadas com ações de pilhagem e confronto com a polícia, que se multiplicam nas cidades dos EUA, “representam bem uma tragédia humana, mas, sobre estes assuntos, Wall Street está muito frequentemente desligada da realidade no terreno”, observou Thooft.
A não ser que estes protestos e estas manifestações persistam durante várias semanas, e venham a afetar assim a confiança dos consumidores, vários observadores estimam que não têm uma influência particular sobre o mercado de ações.