O Paquistão ultrapassou hoje as 2.000 mortes por covid-19 e aproxima-se dos 100 mil casos de infeção, levando o primeiro-ministro a alertar a população de que terá de aprender a viver com o vírus.
Em discursos transmitidos pela televisão, o primeiro-ministro, Imran Khan, avisou os 220 milhões de habitantes que o país é demasiado pobre para entrar num confinamento total, o que devastaria a economia, já dependente de milhares de milhões de dólares de empréstimos de instituições financeiras internacionais.
Os profissionais de saúde do Paquistão apelaram a mais controlos e mais vigilância das diretivas de distanciamento social e condenaram a decisão do Governo de Khan de manter abertas as mesquitas, que têm sido um dos principais focos de novas infeções.
Para tentar conter a disseminação do novo coronavírus, o Governo de Islamabad ordenou o encerramento de mercados ao fim de semana e intensificou a vigilância em zonas onde se registaram surtos, com a imposição de quarentenas em bairros inteiros.
O Paquistão, de 220 milhões de habitantes, tem apenas 3.000 camas em unidades de cuidados intensivos.
As agências internacionais referem que o aumento de novos contágios no Paquistão ocorre depois de Imran Khan ter decidido aliviar as medidas de confinamento, apesar das recomendações dos peritos que defendiam a manutenção das restrições para conter a propagação do vírus.
Os críticos culpam Khan por diminuir as restrições relacionadas com a pandemia de covid-19 prematuramente.
O Governo declarou que o vírus se espalhou porque as pessoas não aderiram às medidas de distanciamento social.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 397 mil mortos e infetou mais de 6,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.474 pessoas das 34.351 confirmadas como infetadas, e há 20.807 casos recuperados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde, divulgado hoje.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.