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Governo: Centeno promoveu cooperação no Eurogrupo, diz ministro holandês

O ministro das Finanças holandês, Wopke Hoekstra, juntou-se hoje ao ‘coro’ de elogios ao «importante trabalho» desenvolvido por Mário Centeno na presidência do Eurogrupo, considerando que o ministro português promoveu «a cooperação entre os Estados-membros».

Governo: Centeno promoveu cooperação no Eurogrupo, diz ministro holandês
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“Obrigado, Mário Centeno, pelo importante trabalho desenvolvido durante o seu mandato como presidente do Eurogrupo. Com grande envolvimento e integridade, velou pelos interesses da zona euro, promovendo ao mesmo tempo a cooperação entre os Estados-Membros. Tudo de bom nas novas funções”, escreveu Hoekstra na sua conta na rede social Twitter.

Wopke Hoekstra foi o ministro que indignou o primeiro-ministro António Costa e os países do sul da Europa devido a intervenções numa reunião do Eurogrupo em março, das quais se retratou posteriormente, admitindo que havia mostrado “pouca empatia”.

À imprensa holandesa, o ministro já garantiu que não é candidato à sucessão de Mário Centeno e que não se tornará assim o segundo holandês a liderar o Eurogrupo, depois de Jeroen Dijsselbloem.

Entretanto, também o ministro francês da Economia e Finanças saudou o trabalho de Centeno à frente do fórum informal de ministros da zona euro, tendo o seu gabinete adiantado que Bruno Le Maire já conversou por telefone com o ministro português hoje à tarde, para lhe “agradecer calorosamente e felicitá-lo pela qualidade do seu trabalho”.

Também Le Maire salientou “a excelente cooperação que Mário Centeno conseguiu construir com todos os ministros da zona euro, particularmente por ocasião do acordo sobre o pacote de 540 mil milhões de euros no Eurogrupo de 09 de abril”, numa referência ao compromisso sobre as chamadas ‘redes de segurança’ para Estados, empresas e trabalhadores alcançado no final de uma longa maratona negocial, e que constituem um dos pilares da resposta da UE à crise provocada pela covid-19.

Desde o anúncio, hoje ao início da tarde, da saída de Mário Centeno dos cargos de ministro das Finanças [já na próxima segunda-feira] e de presidente do Eurogrupo [em 13 de julho, quando expira o seu mandato], têm-se sucedido as reações elogiosas na Europa.

Entre outros, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, os comissários Valdis Dombrovskis (vice-presidente executivo) e Paolo Gentiloni (Economia), a ministra das Finanças espanhola, Nadia Calviño – apontada como uma das grandes favoritas à sucessão –, e o ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, saudaram o trabalho de Centeno no Eurogrupo, a que preside desde janeiro de 2018.

Ao anunciar hoje que não concorrerá a um segundo mandato, Centeno esclareceu que vai cumprir o atual até ao final (13 de julho) e dirigirá ainda a eleição para encontrar o seu sucessor, em 09 de julho.

Eleito em 04 de dezembro de 2017 para a presidência do Eurogrupo, por um período de dois anos e meio, Centeno despedir-se-á assim do cargo em julho, tornando-se o primeiro presidente do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro a cumprir apenas um mandato.

Centeno foi o terceiro presidente do Eurogrupo, depois do luxemburguês Jean-Claude Juncker (2005-2013) e do holandês Jeroen Dijsselbloem (2013-2018).

O seu mandato termina num contexto de crise económica, na Europa e em todo o globo, causada pelo “Grande Confinamento” motivado pela pandemia da covid-19.

Sob a liderança de Centeno, o Eurogrupo acordou algumas das componentes da resposta europeia à crise da covid-19, designadamente as “redes de segurança” para Estados, empresas e trabalhadores num montante total de 540 mil milhões de euros, o que fica como um dos ‘legados’ do ministro português enquanto presidente do Eurogrupo, tal como têm salientado homólogos e líderes das instituições.

O Presidente da República aceitou hoje a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento.

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