A Comissão Política da Frelimo, partido no poder em Moçambique, considerou hoje que a retomada do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) da Renamo, principal partido da oposição, representa um passo importante para uma paz duradoura no país.
Aquele órgão da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) assinala, em comunicado, que o reinício do DDR traduz a vontade e o compromisso do Governo, da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e de todo o povo moçambicano.
"A Comissão Política entende que a retomada deste processo representa a vontade de todos os moçambicanos, no estabelecimento de uma plataforma de diálogo, rumo à construção de um país forte, estável, de paz e harmonia, virado para o desenvolvimento", refere o texto.
Na mesma nota, aquele órgão do partido no poder saúda o Presidente da República e da Frelimo, Filipe Nyusi, por ter interagido na semana passada com as Forças de Defesa e Segurança (FDS) na zona centro do país, para onde se deslocou para presenciar o reinício do DDR.
Pelo menos 38 guerrilheiros da Renamo em Sofala entregaram, entre quinta-feira e sexta-feira da semana passada, as armas, no âmbito do processo.
O porta-voz da Renamo, José Manteigas, disse à Lusa que a desmobilização está a ser feita por fases, devido às medidas de prevenção contra a pandemia da covid-19.
Ainda na quinta-feira última, o ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Jaime Neto, empossou Aníbal Rafael Chefe, um oficial da guerrilha da Renamo, no cargo de diretor do Departamento de Comunicações no Estado-Maior General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
Em 03 de dezembro do ano passado, 10 oficiais da Renamo passaram a incorporar as fileiras do Comando-Geral da Polícia moçambicana, no âmbito do processo de pacificação.
O processo de DDR é parte do acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado em agosto do ano passado entre Filipe Nyusi e o líder da Renamo, Ossufo Momade.
O pacto é contestado pela autointitulada Junta Militar da Renamo, uma dissidência da guerrilha do braço armado do principal partido da oposição dirigida pelo general Mariano Nhongo.
O grupo de Mariano Nhongo é acusado de protagonizar ataques no centro de Moçambique, desde agosto do ano passado, visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região, tendo causado, pelo menos, 24 mortos.