A produção industrial teve, em abril, o maior recuo de sempre na zona euro e na União Europeia (UE), chegando quase aos 30% na comparação homóloga, devido ao impacto económico da pandemia da covid-19, divulga hoje o Eurostat.
Face a abril de 2019, a produção industrial diminuiu 28,0% na zona euro e 27,2% na UE, sendo em ambos os casos os maiores recuos homólogos registados desde o início da série, ultrapassando respetivamente os -21,3% e -20,7% de abril de 2009, segundo o gabinete estatístico europeu.
Globalmente, a produção industrial em ambas as zonas recuou para níveis atingidos pela última vez em meados dos anos 1990.
Na comparação com março, a produção industrial baixou 17,1% na zona euro e 17,3% na UE, também as maiores quebras mensais registadas desde o início da série e muito superiores às de 3% e 4% observadas em final de 2008 e início de 2009, em plena crise financeira.
Em termos homólogos, as maiores quebras no indicador foram observadas no Luxemburgo (-43,9%), em Itália (-42,5%) e na Eslováquia (-42,0%), tendo havido apena uma subida, de 5,5%, na Irlanda.
Na variação em cadeia, a produção industrial recuou em todos os Estados-membros, com particular expressão na Hungria (-30,5%), Roménia (-27,7%) e Eslováquia (-26,7%).
Em Portugal, o indicador caiu 26,5% na variação homóloga e 18,2% face a março.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 416 mil mortos, incluindo 1.504 em Portugal.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial.
A Comissão Europeia estima que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia de covid-19, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.