O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, apelou hoje aos partidos políticos para aprovarem o Orçamento de Estado “ajustado à realidade económica e social”, após a pandemia da covid-19.
“Todos temos de estar do mesmo lado”, enfatizou o chefe do governo espanhol aos jornalistas, depois da Conferência de Presidentes e quando questionado sobre se as propostas do Unidos Podemos (extrema-esquerda) e Ciudadanos (centro-direita) são compatíveis.
Sánchez vincou que Espanha passou por um “período sem precedentes” que conduzirá a uma crise económica e social, perante a qual o Governo apela à unidade e, por ela, estende a mão a “todas as forças parlamentares e políticas” para recuperar a senda do crescimento.
Além deste apelo aos partidos políticos, Sánchez anunciou hoje que na próxima quinta-feira o Governo vai apresentar um plano de impulso ao turismo desenhado com os representantes do setor e com a coordenação das comunidades autónomas.
A recuperação do turismo é “prioritária” para o executivo espanhol, sublinhou, acrescentando que o seu desenvolvimento ajudará a fortalecer os territórios em risco de despovoação e a melhorar as condições de emprego, reduzindo a precariedade.
“Espanha não é qualquer país quando se trata de turismo, nem em quantidade, nem em qualidade”, disse o primeiro-ministro, recordando que é o segundo país do mundo em número de visitantes e gastos turísticos.
Já na segunda-feira, o governo espanhol apresentará o plano de ajuda ao setor automóvel, dotado de 3.750 milhões de euros, para a renovação do parque automóvel e transição ecológica, revelou.
O chefe do governo avançou que o plano incluirá medidas para preparar a indústria com investimentos e reformas legais, estímulos à investigação e inovação e uma fiscalidade que dote de maior competitividade o setor, formação e qualificação dos trabalhadores.
O objetivo deste plano é defender um setor que representa uma décima parte do PIB e emprega cerca de dois milhões de trabalhadores de forma direta e indireta, ressalvou.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 430 mil mortos e infetou mais de 7,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.517 pessoas das 36.690 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.