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Covid-19: Cabo Verde espera 'salvar' época de cruzeiros a partir de outubro

O Governo cabo-verdiano estima a retoma do turismo de cruzeiros no arquipélago a partir de outubro, admitindo que o setor ainda possa crescer este ano, apesar de afetado pela pandemia de covid-19.

Covid-19: Cabo Verde espera 'salvar' época de cruzeiros a partir de outubro
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Segundo um relatório governamental sobre o período de estado de emergência, que vigorou, de forma diferenciada, por ilhas, de 29 de março a 29 de maio, para conter a pandemia, os portos de Cabo Verde, encerrados há três meses, “foram apenas ligeiramente afetados, pois a temporada de cruzeiros nas ilhas vai de outubro a abril”.

“Ainda assim, foram canceladas algumas escalas de pequenos cruzeiros, previstas para finais de março e durante todo o mês de abril. Trata-se de um nicho de mercado em ascensão no nosso país, com escalas em todos os portos e ilhas do arquipélago”, lê-se no documento.

Cerca de 48.500 turistas em viagens de cruzeiro visitaram Cabo Verde em 2019, um aumento de 3% face ao ano anterior e um novo recorde, segundo dados provisórios da empresa pública Enapor, que gere os portos do país.

“Esperamos retomar em outubro e fazer uma temporada 2020/2021 com regularidade, segurança e com muito mais movimento de navios e passageiros de cruzeiros”, lê-se ainda no mesmo relatório do Governo.

De acordo com um relatório estatístico de 2019 da Enapor – Portos de Cabo Verde, noticiado anteriormente pela Lusa, os portos cabo-verdianos receberam, no total, 48.495 passageiros de navios de cruzeiro, um aumento de 1.415 face a 2018 (+3%).

Já em 2018 os turistas que chegaram a Cabo Verde em navios de cruzeiro tinha batido um recorde, ultrapassando os 47.000. Tratou-se então de um aumento de 10.000 turistas face a 2017 (+24%).

No relatório do Governo sobre o período do estado de emergência, é sublinhando que a Enapor “assume a sua responsabilidade, mantendo os portos totalmente operacionais e o fluxo logístico vital para o abastecimento do mercado das diferentes ilhas”.

“Cabo Verde, como país eminentemente importador, necessita forçosamente da produção e do transporte marítimo para garantir, sobretudo, a segurança alimentar. Apesar das diversas limitações e restrições, os portos de Cabo Verde souberam dar uma resposta positiva e praticamente não sentiram ainda os efeitos da presente crise”, conclui o documento.

Estas escalas de navios de cruzeiro estão praticamente concentradas no Porto Grande (26.021 passageiros), no Mindelo, na ilha de São Vicente, que aumentou 14,8% em 2019, face a 2018, e no Porto da Praia (14.107 passageiros), ilha de Santiago, neste caso com uma quebra homóloga de 22,5%.

Em 2019, globalmente, Cabo Verde recebeu 819.000 turistas, atividade que representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, mas o Governo estima uma quebra de meio milhão de turistas em 2020, devido à pandemia de covid-19, que obrigou ao encerramento do arquipélago, desde março, a todas as ligações do exterior.

Cabo Verde regista um acumulado de 760 casos de covid-19 desde 19 de março, sete óbitos e 354 doentes recuperados.

O primeiro caso de covid-19 em África surgiu no Egito em 14 de fevereiro, e a Nigéria foi o primeiro país da África subsaariana a registar casos de infeção, em 28 de fevereiro.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 434 mil mortos e infetou quase oito milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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