O encerramento na noite de São João da ponte Luís I é uma das medidas tomadas pelas câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia para uma noite que habitualmente leva milhares à rua, foi hoje anunciado.
Em nota publicada no seu 'site' oficial, a câmara do Porto indica que ficou decidida "a interdição da ponte Luís I [que faz a travessia sobre o rio Douro], tanto para circulação automóvel como pedonal em ambos os tabuleiros".
Na noite do dia 23 de junho, terça-feira da próxima semana, também as lojas de conveniência e dos serviços de transportes encerrarão mais cedo.
Estas são medidas anunciadas esta tarde, após uma reunião que serviu para "consolidar os procedimentos a assumir quanto à noite de São João" que juntou os presidentes da câmara do Porto e de Vila Nova de Gaia, e os responsáveis pela PSP, Polícia Municipal, Proteção Civil Municipal, Comboios de Portugal (CP), Metro do Porto e Sociedade Transportes Coletivos do Porto (STCP).
"As cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia têm tido notificações residuais de casos de covid-19, desde o início do mês de junho, estando o município do Porto há 12 dias sem qualquer caso reportado nos boletins da DGS [Direção-Geral da Saúde]", lê-se na publicação da autarquia liderada pelo independente Rui Moreira.
O anúncio de medidas concretas para a noite de São João, que habitualmente leva milhares às ruas do Porto e de Vila Nova de Gaia, concelhos que tradicionalmente dividem a sua organização, surge depois de a 04 de abril, no mesmo dia em que Lisboa avançou com o cancelamento das festas de Santo António, ter sido tornado público que também os festejos são-joaninos estavam cancelados.
No anúncio de hoje, as câmaras do Porto e de Gaia reafirmam que "todas as festividades oficiais do São João" estão canceladas, nomeadamente concertos e o fogo-de-artifício tradicional no rio Douro.
Ainda de acordo com a nota publicada na página camarária, a empresa Metro do Porto "concordou também em terminar a sua operação mais cedo do que o normal na noite do dia 23", enquanto a CP está "a estudar a supressão de serviço entre as estações de Campanhã e São Bento no período noturno" e a STCP "a avaliar a supressão das linhas da rede de madrugada para desincentivar os movimentos pendulares".
Já a Câmara do Porto avança que determinou "o encerramento efetivo, sem permanência de clientes no seu interior", de estabelecimentos de restauração e bebidas a partir das 23:00 e de outros estabelecimentos de venda de bebidas para o exterior, medida na qual se incluem cafés, pastelarias, lojas de conveniência e outros estabelecimentos comerciais de atividade similar, essas a partir das 19:00.
"A Câmara do Porto já tem na rua, desde hoje, uma campanha publicitária apelando a comportamentos responsáveis na noite de São João, como aliás, os recentes Conselhos Municipais de Segurança e Economia tinham desafiado o município a fazer. Da realização dos Conselhos Municipais, realizados na passada semana no Teatro Rivoli, e da reunião de hoje, convocada por Rui Moreira, resultou também o reforço de ações de fiscalização, patrulhamento e gestão de limpeza urbana, por forma a eliminar precocemente quaisquer focos de potencial infeção", lê-se ainda na nota.
Na segunda-feira, também o autarca de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, em declarações aos jornalistas após uma reunião de vereação, fez um apelo a que "todos festejem em casa e quem vá a restaurantes ou esplanadas cumpra as regras".
O autarca contou, ainda, que a Câmara de Vila Nova de Gaia vai distribuir manjericos pelas escolas que estão abertas devido às aulas presenciais do 11.º e 12.º anos, bem como infantários e instituições particulares de solidariedade social, hospital e juntas de freguesia em jeito de "ação de sensibilização, mas também de simbolismo".
"É importante que se perceba que isto [pandemia] ainda não acabou, mas temos a noção de que as pessoas estão cansadas e vivem muito estas datas. Mas na noite [de São João] vamos exigir disciplina. A polícia andará na rua a fiscalizar", disse Eduardo Vítor Rodrigues.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 443 mil mortos, incluindo 1.523 em Portugal.