Um Sporting rigoroso e pragmático “amarrou” hoje um desinspirado FC Porto no Estádio do Dragão, impondo-lhe um justo empate (0-0) em desafio da 20ª jornada da Liga de futebol fértil em quezílias e parco em emoção.
O FC Porto, que perdeu o 11º ponto em casa, manteve a liderança com 42 pontos, mas viu-a reduzida a para apenas dois pontos para o Benfica e continua com o Sporting a quatro, com vantagem no confronto directo, pelo facto de ter vencido em Alvalade.
Mais tranquilos - próximos da exibição que permitiu vencer sábado o Benfica e apagando da memória o descalabro europeu frente ao Bayern de Munique - os “leões” deram mostras de personalidade e carácter, anulando as pedras influentes do adversário (não lhes deram ''espaço para pensar'') e dispondo inclusivamente das melhores oportunidades.
Num desafio escasso em emoções, a produtividade ofensiva dos “dragões” foi paupérrima e o guarda-redes Tiago apenas teve de segurar, sem dificuldade, uma bola de Farias aos... 88 minutos.
Os pupilos de Jesualdo Ferreira estiveram bem longe do fulgor exibido frente ao Atlético de Madrid e sentiram, novamente, muitas dificuldades para “furar” equipas bem organizadas defensivamente.
O FC Porto manteve-se fiel ao 4x3x3 com o experiente central Pedro Emanuel a remendar a lateral direita, enquanto o Sporting actuou em 4x4x2 losango, numa equipa próxima da que venceu sábado o Benfica, apenas desfalcada dos indisponíveis Vukcevic (entrou Pereirinha) e Hélder Postiga (Derlei).
Os primeiros minutos prometeram muito futebol, com as equipas a todo o gás e o Sporting a responder taco a taco, mas, progressivamente, a partida só começou a ser intensa no ritmo de faltas e quezílias entre os atletas.
Aos 11 minutos, Rodriguez, de cabeça, viu Pereirinha aliviar junto ao poste e aos 18, no melhor lance portista, em velocidade e ao primeiro toque, o uruguaio acabou no chão, na área, mas só os adeptos protestaram.
O Sporting não dava espaço ao adversário para pensar o jogo e esteve mais perto do golo quando Izmailov (23 minutos), com Helton fora dos postes, fez um “chapéu” muito longo.
O desafio entrou então na fase mais confusa e quezilenta, sobrando as faltas e os nervos entre futebolistas.
Quanto ao futebol jogado, os “leões” pareciam mais serenos e foram crescendo até ao intervalo, destacando-se um lance em que Liedson (39), na pequena área, cabeceou à trave, após Derlei ganhar a Pedro Emanuel nas alturas.
Aos 42, João Moutinho rasgou a defesa “azul e branca”, Bruno Alves falhou a intersecção da bola e Liedson, sozinho, falhou no desvio.
Na segunda parte, o FC Porto, impulsionado por Rodriguez, foi mais ofensivo, mas, mesmo assim, sem obrigar Tiago a uma única defesa, que só surgiu aos 88, fácil, a remate em esforço de Farias.
Hulk (66) e Bruno Alves (80) ainda tentaram o golo, mas erraram o alvo, tal como Djaló (69) e Liedson (94).