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Covid-19: Oposição cabo-verdiana defende massificação de testes para conter propagação

A presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Janira Hopffer Almada, defendeu hoje a continuação dos testes para aumentar o combate e reduzir os riscos de propagação do novo coronavírus no país.

Covid-19: Oposição cabo-verdiana defende massificação de testes para conter propagação
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A líder do maior partido da oposição cabo-verdiana falava na cidade da Praia, dias após o Governo anunciar que não vai obrigar à apresentação de testes antecipados à covid-19 para quem chega do exterior ou nos voos domésticos.

Janira Hopffer Almada sublinhou que o estado de emergência, diferenciado por ilhas, de 29 de março a 29 de maio, foi “uma boa medida, amplamente apoiada” pelos cabo-verdianos para conter a propagação do vírus.

“A questão que se coloca neste momento é se de um momento para o outro, a questão dos testes, das cautelas, das medidas preventivas, são pura e simplesmente abandonadas, que efeito terá tido o estado de emergência para essa propagação?”, questionou a líder partidária.

Para a presidente do PAICV, nestas questões, os sacrifícios devem ser justificados com uma postura condizente ao longo do tempo.

“O Governo tem dito que o estado de emergência terminou, mas que o vírus não se foi embora. Se o vírus não se foi embora, é preciso que algumas medidas de controlo continuem, para que a propagação não fuja do controlo”, prosseguiu.

A presidente do maior partido da oposição lembrou que Cabo Verde é um país constituído por ilhas, com muita mobilidade, pelo que o seu partido defendeu a massificação dos testes desde o primeiro momento.

“Continuamos a defender que é preciso continuar a aumentar o número de testes e a fazer testes lá onde for necessário, exatamente para aumentar o conhecimento, focalizar o combate e reduzir os riscos de propagação”, sustentou Janira Hopffer Almada, que falava após um encontro com o Governo sobre o Orçamento Retificativo para 2020.

Para a líder partidária, sem a realização dos testes, a capacidade de deteção do vírus diminuiu, e diminuindo a capacidade de deteção, diminui a capacidade de luta e de combate.

Em 30 de junho termina a interdição das ligações aéreas e Cabo Verde não vai obrigar à apresentação de testes antecipados à covid-19 para quem chega do exterior ou nos voos domésticos.

“Para além da pouca eficácia dos testes para efeitos de viagens, os custos relacionados com o planeamento, a organização e a efetivação das viagens impostos aos passageiros seriam fortemente inibidores da mobilidade e da circulação entre as ilhas e nas relações com o exterior”, referiu uma resolução do Conselho de Ministros, publicada na semana passada, sobre o plano de desconfinamento do arquipélago.

Desde 19 de março que Cabo Verde está fechado às ligações aéreas internacionais, enquanto os voos domésticos foram suspensos 10 dias depois, medidas definidas pelo Governo para travar a progressão do novo coronavírus.

Da resolução não consta qualquer medida de quarentena obrigatória a quem chega do exterior, contrariamente ao que acontece atualmente, com os voos de repatriamento, os únicos autorizados.

Os aeroportos e operadores aéreos passam, com esta resolução, a estar obrigados a ter planos de contingência aprovados, a lotação dos terminais terá de ser reduzida e o acesso limitado apenas aos passageiros.

O rastreio sanitário aos passageiros será feito à entrada do terminal aeroportuário e, no interior, o distanciamento social, sinalizado, é de 1,5 metros, além de ser obrigatório o uso de máscaras por utentes, funcionários, prestadores de serviço e tripulantes “nos terminais aeroportuários e das aeronaves”, nas ligações entre ilhas.

O Governo cabo-verdiano ainda não revelou a lista dos países cujos voos de origem serão autorizados por Cabo Verde, mas numa entrevista à Rádio Morabeza na semana passada, o primeiro-ministro admitiu que os voos com origem em Portugal serão dos primeiros a retomar.

Cabo Verde regista um acumulado de 944 casos de covid-19 desde 19 de março, que provocaram oito mortos, mas 419 já foram considerados recuperados.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase 9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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