O Governo cabo-verdiano vai reforçar os laboratórios de virologia do arquipélago que asseguram o diagnóstico da covid-19 com equipamentos, materiais e reagentes, num investimento de mais de 3,7 milhões de euros.
A medida consta de uma resolução do conselho de ministros, de 23 de junho e à qual a Lusa teve hoje acesso, que autoriza o ministério da Saúde a realizar a aquisição, por ajuste direto, alegando “motivos de urgência” e que “não se pode esperar pelos prazos do concurso público”.
“Atendendo à demanda na realização diária de testes de covid-19, torna-se necessário o reforço dos laboratórios de virologia, nomeadamente com equipamentos, materiais e reagentes de consumo para a análise e deteção do [novo] coronavírus”, lê-se na mesma resolução, que autoriza para esse efeito uma despesa de 416.519.202 escudos (3,7 milhões de euros).
Atualmente funcionam em Cabo Verde dois laboratórios de virologia, do Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), na Praia, ilha de Santiago, e no Mindelo, ilha de São Vicente. O Governo já anunciou a intenção de instalar um segundo na Praia e outro na ilha do Sal, através de uma parceria com um laboratório local.
“Torna-se imperioso para o Governo diligenciar medidas que visam assegurar a aquisição destes equipamentos, materiais e reagentes”, justifica ainda a resolução.
Os dois laboratórios em funcionamento em Cabo Verde têm processado mais de duas centenas de amostras diárias, devido ao aumento de casos de covid-19 no arquipélago nos últimos dias.
No total, desde março, já foram realizados em Cabo Verde cerca de 2.500 testes de diagnóstico de covid-19 e mais de 30.000 testes rápidos, que avaliam a circulação do novo coronavírus na comunidade e a imunidade à doença adquirida pela população.
Cabo Verde regista um acumulado de 983 casos de covid-19 desde 19 de março, com oito óbitos, mas 421 já foram dados como recuperados.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 473 mil mortos e infetou mais de 9,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.