As dívidas públicas mundiais deverão registar um rácio de 101% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 e 2021, e os défices ficarão acima dos 14% em 2020, segundo previsões hoje divulgadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
"No cenário base, a dívida pública mundial deverá alcançar o número mais alto de sempre, superando 101% do PIB em 2020-21 - uma subida de 19 pontos percentuais face ao ano passado. Entretanto o défice orçamental médio deverá subir para os 14% do PIB em 2020", pode ler-se no anexo à atualização das Previsões Económicas Mundiais, hoje divulgado pelo FMI.
O fundo estima que as receitas dos Estados devam cair mais do que a produção dos países, 2,5 pontos percentuais do PIB abaixo, em média, do que em 2019, "refletindo menores rendimentos pessoais e das empresas e o impacto no consumo privado".
"A trajetória da dívida e dos défices está sujeita a grande incerteza, e poderia resultar num cenário adverso se a atividade desapontar, devido a um ressurgimento de infeções ou se circunstâncias contingentes provenientes de grandes apoios à liquidez se materializarem quando as condições de financiamento apertarem", alerta o FMI.
Nas economias avançadas, os défices devem atingir os 16,5% do PIB em 2020, 13 pontos percentuais acima de 2019, e a dívida pública deverá subir acima dos 130% do PIB em 2020-2021, segundo o FMI, que também espera que os custos de financiamento continuem baixos.
Nas economias em desenvolvimento, os défices devem chegar aos 10,5% em 2020, "mais do dobro do que no ano passado", assinala o FMI, e a dívida pública deverá ir parar a uma média de 63% do PIB, mais 10 pontos percentuais do que no ano anterior.