Macau passou desde hoje a exigir um teste negativo à covid-19 aos residentes que viajem do Brasil até ao aeroporto internacional de Hong Kong e que queiram entrar no território através do corredor marítimo especial.
“Todas as pessoas com partida da Índia, Paquistão, Bangladesh, Filipinas, Indonésia e Brasil, que pretendem transferência através do barco especial do aeroporto de Hong Kong para Macau, devem primeiro apresentar um certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico do novo tipo de coronavírus, emitido por uma instituição médica qualificada do país de origem”, anunciaram as autoridades.
O risco epidémico e a proteção da saúde dos trabalhadores e passageiros que utilizam o transporte marítimo especial, criado entre as duas regiões administrativas especiais chinesas até 16 de julho, foi a explicação dada pelas autoridades durante a conferência de imprensa de acompanhamento da covid-19.
O transporte especial está em vigor desde 17 de junho. Desde então, mais de 600 pessoas já regressaram a Macau e quase 250 conseguiram abandonar o território. Mais de mil pessoas estão atualmente a cumprir uma quarentena obrigatória de 14 dias em hotéis.
Na mesma conferência de imprensa, as autoridades anunciaram que a partir de sábado a quota diária daqueles que ficam dispensados de cumprir isolamento de 14 dias na passagem da fronteira para a vizinha cidade chinesa aumentou de mil para três mil.
Os anúncios foram feitos no dia em que os serviços de saúde deram conta de um novo caso de contágio de covid-19, o primeiro no território desde 09 de abril.
Trata-se de um residente de Macau, de nacionalidade filipina. O homem, de 57 anos, que viajou da capital filipina até ao aeroporto internacional de Hong Kong, chegou a Macau através do corredor marítimo especial criado para permitir o regresso a casa de pessoas retidas pela pandemia.
Macau foi dos primeiros territórios a identificar casos de infeção com a covid-19, antes do final de janeiro. O território registou então uma primeira vaga de dez casos. Seguiu-se outra de 35 casos a partir de março, todos importados, uma situação associada ao regresso de residentes, muitos estudantes no ensino superior em países estrangeiros.
As autoridades de saúde voltaram hoje a sublinhar que não foi identificado qualquer caso de contágio local desde o início da pandemia e que nenhum médico ou enfermeiro foi infetado.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 484 mil mortos e infetou mais de 9,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.