Angola registou 10 novos casos de covid-19, incluindo um óbito, bem como 71 pessoas que estiveram expostas ao novo coronavírus, detetadas entre as 1.500 abrangidas por testes rápidos no Cuanza Norte e em Luanda, anunciou hoje o Governo.
Segundo o secretário de Estado para a Saúde Pública, Franco Mufinda, os 10 novos casos, seis de sexo feminino e quatro de sexo masculino, entre os 07 e 84 anos, são todos de Luanda.
A doente que morreu era uma angolana “aparentemente saudável até há uma semana”, altura em que iniciou “um quadro de astenia” marcado por cansaço e febre, que foi inicialmente tratado como malária.
Franco Mufinda salientou que se deu início à testagem na comunidade, direcionada a “grandes conglomerados onde as medidas de biossegurança não estão a ser cumpridas”.
Segundo o secretário de Estado, os testes rápidos, já validados pelo regulador norte-americano têm “alta taxa de sensibilidade, mas também de especificidade, permitindo fazer rastreio mais seguro em determinadas populações”.
Até agora, Angola tem usado os testes de base molecular conhecidos como RT-PCR, com uma colheita de material genético, através de uma zaragatoa, que podem ser feitos a partir do terceiro dia de sintomas e são considerados mais fiáveis.
Os testes serológicos permitem avaliar a imunidade de todos aqueles que possam ter contactado com o vírus, detetando anticorpos (IgG e IgM) e em que fase da doença a pessoa se encontra.
Das mil pessoas testadas hoje desta forma no mercado do Catinton, em Luanda, 44 foram reativas e, entre estas, três expressaram estar numa fase ativa da doença, adiantou o secretário de Estado.
Estas três pessoas foram isoladas, enquanto as outras 41 “tiveram uma leitura IgG, acusaram o vírus e construíram imunidade”, segundo Franco Mufinda.
No Cuanza Norte, das 481 pessoas testadas nos últimos dois dias, 27 reagiram ao teste e cinco encontravam-se na fase ativa da doença, enquanto as outras 22 já tinham desenvolvido imunidade.
Vão ser colhidas amostras das 71 pessoas “reativas”, ou seja, onde foi detetada a presença de anticorpos que reagem ao vírus, afirmou Mufinda.
Segundo o responsável da Saúde, vão ser testadas através deste método mais 2.000 pessoas na quinta-feira nos mercados do Trinta e no Kikolo.
Angola regista já 396 infetados com covid-19, dos quais 22 óbitos e 117 pacientes recuperados.
Foram realizados nas últimas 24 horas 1.686 testes, dos quais 205 RT PCR e 1.481 testes rápidos entre os quais 71 foram reativos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 544 mil mortos e infetou mais de 11,85 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há 11.955 mortos confirmados em mais de 508 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, a Guiné Equatorial lidera em número de infeções e de mortos (3.071 casos e 51 mortos), seguida da Guiné-Bissau (1.790 casos e 25 mortos), Cabo Verde (1.542 casos e 18 mortos), Moçambique (1.071 casos e oito mortos), São Tomé e Príncipe (724 casos e 13 mortos) e Angola (396 infetados e 22 mortos).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.