O Banco do Japão (BOJ) prevê uma contração da economia nipónica de 4,7% em 2020, devido à crise provocada pela pandemia da covid-19, anunciou hoje a instituição.
No relatório trimestral sobre as previsões económicas do país, agora divulgado, o banco estimou também que o índice de preços ao consumidor (IPC) do Japão continue "negativo", por causa da crise sanitária e da queda dos preços do petróleo.
"A economia do Japão tem estado numa situação extremamente grave devido ao impacto da covid-19 a nível interno e externo", escreveu o banco central japonês, dando conta de uma queda "substancial" nas exportações e na produção industrial.
No relatório anterior, publicado em abril, o BOJ previa uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) entre 3% e 5%.
Embora o banco anteveja uma retoma gradual da economia japonesa a partir do segundo semestre do ano, com a abertura das atividades económicas e medidas de estímulo do governo, "espera-se que o ritmo de melhoria seja apenas moderado, enquanto o impacto da covid-19 se mantiver no mundo", alertou.
A instituição prevê que o PIB do Japão cresça 3,3% em 2021.
O Banco do Japão salientou que as previsões agora divulgadas "são incertas", e avisou que podem vir a mudar, em função do impacto da crise sanitária na economia nacional e estrangeira.
As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional (FMI) a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
Para Portugal, a Comissão Europeia prevê que a economia recue 9,8% do PIB em 2020, uma contração acima da anterior projeção de 6,8% e da estimada pelo Governo português, de 6,9%.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 574 mil mortos e infetou quase 13,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.