O ministro da Cidadania do Brasil, Onyx Lorenzoni, anunciou hoje que testou positivo para a covid-19 num exame médico realizado na última sexta-feira, após apresentar alguns sintomas da doença.
O ministro brasileiro, responsável pelas políticas sociais do Governo chefiado por Jair Bolsonaro, informou na sua conta do Twitter que realizou o teste depois de "começar a sentir sintomas que poderiam ser da covid-19", na noite de quinta-feira.
"Passei por exames, entre eles o PCR e o resultado saiu hoje e a covid-19 foi detetada. Desde 6ª [sexta-feira] estou seguindo o protocolo de azitromicina, ivermectina e cloroquina e já sinto os efeitos positivos”, escreveu o ministro brasileiro, citando medicamentos cujo eficácia no tratamento da covid-19 não foram comprovados.
Onyx é um defensor da cloroquina como uma forma de tratar a doença, assim como Bolsonaro, que também anunciou que estava infetado com o Sars-CoV-2 há duas semanas e disse que tomava hidroxicloroquina como tratamento primário.
O diagnóstico positivo não impediu Bolsonaro, um dos líderes mais céticos do mundo sobre a gravidade da pandemia, de receber algumas centenas de apoiantes nos jardins do Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília, no domingo.
Separado por um espelho de água de dezenas de apoiantes, o Presidente brasileiro percorreu o vasto relvado onde os seus seguidores estavam, muitos deles sem máscara protetora e sem respeitar a distância determinada pelas autoridades, e exibiu uma caixa de cloroquina.
Bolsonaro tirou a caixa do medicamento do bolso e mostrou aos seus apoiantes, que aplaudiram sob gritos de "cloroquina, cloroquina!".
Enquanto o Presidente brasileiro insiste em defender o uso de cloroquina e da hidroxicloroquina como forma de tratamento contra o novo coronavírus, a Sociedade Brasileira de Doenças Infecciosas (SBI) pediu que o medicamento fosse "abandonado" no tratamento de qualquer fase da covid-19.
O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos (mais de 2 milhões de casos e 79.488 óbitos), depois dos Estados Unidos.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 606 mil mortos e infetou mais de 14,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.