O presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, lamentou hoje que o presidente da Liga de clubes considere ''normal'' um ''erro anormal'' como o do árbitro Lucílio Baptista na final da Taça da Liga de futebol.
''É (um erro) anormal. Não posso dizer que é premeditado porque não tenho provas. Ficámos a saber que esta Liga e este presidente consideram que factos anormais podem ser considerados normais. O Sporting perdeu a esperança de que a Liga faça alguma coisa para apurar a verdade deste erro anormal'', disse, em entrevista à Agência Lusa.
Para o líder dos ''leões'', ''a última gota de água que fez transbordar o copo foi o erro que o dr. Hermínio Loureiro não percebeu'', pois ''o que se passou no Algarve e o que se passou nos dois dias a seguir foram factos anormais'', continuou, referindo-se ao presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
O responsável da Liga de clubes lamentara hoje ''profundamente'' a decisão do Sporting de abandonar a Direcção daquele organismo na sequência dos acontecimentos da final de sábado, no Estádio Algarve.
''O erro da equipa de arbitragem já foi assumido e foi o erro que provocou toda esta discussão. Mas errar é humano'', tinha dito Loureiro, depois de anunciar que o Paços de Ferreira, até então membro suplente, substitui o Sporting na Direcção da LPFP.
Segundo Soares Franco, ''o que o Sporting queria era uma investigação e uma posição da Liga por factos anormais, pois aquilo não é um erro normal''.
''Respeito o depoimento do dr. Hermínio Loureiro, agora lamento que não tenha entendido as razões pelas quais o Sporting abandonou a direcção da Liga'', continuou o presidente do Sporting, reiterando que o que se passou ''foi um roubo'', justificado pela demorada conferência entre os árbitros para decidirem o lance em questão e as suas justificações públicas posteriores.
Relativamente aos processos disciplinares instaurados hoje à sua pessoa, ao treinador e aos jogadores do Sporting Pedro Silva e João Moutinho pela Comissão Disciplinar da LPFP, Soares Franco mostrou-se tranquilo e disposto a colaborar no inquérito, mas considerou ''perfeitamente injusto'' se, depois da derrota na partida, o Sporting ainda sofresse mais castigos.
Com o Sporting a vencer por 1-0, o árbitro Lucílio Baptista assinalou uma grande penalidade inexistente a favor do Benfica, por alegada mão na bola do brasileiro Pedro Silva e o espanhol Reyes, na conversão, empatou a partida a um golo, aos 75 minutos.
Depois da decisão do ''juiz'' setubalente, que já reconheceu o erro, o Benfica conquistou a Taça da Liga no desempate por penaltis, por 3-2.