A justiça desportiva italiana condenou hoje a Juventus, da primeira liga de futebol, a um jogo à porta fechada devido aos cânticos racistas entoados pelos seus adeptos contra o jogador do Inter de Milão Mario Balotelli.
Os factos reportam ao encontro disputado no passado sábado no Estádio dos Alpes, em Turim, entre a Juventus e o Inter de Milão, treinado pelo português José Mourinho, que terminou empatado a um golo.
O juiz desportivo Gianpaolo Tosel escreveu na sentença que os coros racistas contra Balotelli, italiano de ascendência ganesa, foram cantados ''em múltiplas ocasiões'' e em ''vários sectores do estádio'' da Juventus.
''Seguidores da sociedade anfitriã, em vários sectores do estádio, entoaram coros com expressões de discriminação racial contra um jogador da equipa rival'', lê-se no texto da sentença.
O presidente do Inter de Milão, Massimo Moratti, denunciou os cânticos racistas de adeptos da Juventus contra Balotelli e o clube de Turim também já pediu desculpas públicas.
Moratti, em declarações publicadas hoje pelo jornal La Gazzeta dello Sport, garantiu que se tivesse estado presente no Estádio dos Alpes se deslocaria ao campo e retiraria a sua equipa, como protesto contra os insultos.
O presidente do Inter lamentou que ''ninguém tenha pedido desculpa'' e assegurou que o que mais lhe custou foi ver como os cânticos ''foram ouvidos em todo o estádio, com uma convicção tal que parecia que havia orgulho e felicidade em cantá-los''.
Criticou também os comentários na comunicação social, que na sua opinião foram ''brandos, para não dizer de absolvição''.
Em relação a Mário Balotelli, um jovem de 18 anos nascido no Gana e adoptado por uma família italiana, o presidente do Inter de Milão manifestou-se convencido de que o jogador, ''continuamente provocado, teve um comportamento muito cívico e demonstrou maturidade''.
O presidente da Juventus, Gionanni Gigli, em comunicado publicado domingo à noite, ''em nome da Juventus e da grande maioria dos seus adeptos'', condenou ''severamente os gritos racistas contra o jogador do Inter''.
''Não há desculpas nem justificações para este tipo de comportamentos'', sublinhou o presidente do Juventus.
''Devemos em conjunto tentar promover uma cultura desportiva fundada no respeito pelo adversário e na luta contra o racismo'', acrescentou Gigli.
A polícia está a visionar os vídeos do jogo para tentar identificar os responsáveis.