Jogo com o Estrela é «dificil», mas etapa para a final - diz Jesualdo

Jesualdo Ferreira, que falava durante a habitual conferência de imprensa de antevisão ao jogo, no Olival, recordou que, ''apesar da vantagem de dois golos, o Estrela é sempre um adversário difícil na Amadora''.

''É mais uma etapa para chegar à final da Taça de Portugal'', adiantou Jesualdo Ferreira, considerando que ''só um FC Porto a jogar nos limites, com respeito pelo adversário, poderá atingir esse objectivo''.

Jesualdo Ferreira operou quatro alterações nos convocados, deixando de fora Helton, Bruno Alves, Raul Meireles e Rodriguez, mas garante na Amadora ''um FC Porto equilibrado e capaz de ganhar a eliminatória''.

''O que nos norteia sempre é o rendimento da equipa e esse rendimento não tem que ser garantido com os mesmos jogadores'', adiantou o treinador dos ''dragões'', justificando a rotatividade do plantel.

Jesualdo Ferreira recordou o ''resultado gordo'' que o FC Porto alcançou na Reboleira para a Liga (4-2), mas reconheceu que este jogo da Taça é de características diferentes, a eliminar e não por pontos.

A questão da grave crise financeira que afecta o Estrela da Amadora, com vários meses de salários em atraso e sem aparente solução à vista, foi também aflorada pelo treinador Jesualdo Ferreira.

''Com toda a honestidade, é natural que este Estrela da Amadora esteja mais fragilizado agora, mas é uma equipa séria, com processos bem definidos, que merece todo o respeito e nos obriga a jogar com toda a intensidade'', disse.

Voltando ao tema da crise instalada em alguns clubes, Jesualdo Ferreira considerou que ''por norma, em Portugal, nunca se antecipa nada''. ''Somos reactivos e não pensamos nos problemas. Reagimos e não pensamos neles''.

''O futebol chegou ao momento em que as grandes decisões têm que ser tomadas, pois as medidas avulso não resolvem nada. Muitas coisas têm acontecido e ninguém tem antecipado nada, não há estratégia montada antes das coisas acontecerem'', defende.

Jesualdo considera que o futebol em Portugal ''está mal'', mas que, ''curiosamente, se continuam a discutir coisas supérfluas quando o essencial não é tratado. Não há trabalho de casa, não há planeamento, não há estratégia''.

O treinador refere que se continua a dar relevo a assuntos colaterais ao futebol, mas que não se afloram temas como a pouca assistência aos jogos, os calendários, a crise dos clubes e o próprio futebol.

''É a desbunda, um descalabro. Só se fala nisso (factos colaterais do futebol) e em mais nada'', desabafou Jesualdo Ferreira, apontando ainda as várias horas de televisão dedicadas a falar de arbitragem.

Jesualdo Ferreira recordou que para se ganhar troféus - face à proximidade do título e da presença na final da Taça - ''é necessário correr e ser sérios. E isso não são os adversários que definem, são as próprias equipas''.

''Quem quer ganhar tem que correr e ter uma atitude séria e competitiva'', disse Jesualdo, lembrando que o FC Porto ainda não ganhou nada esta época e que faltam cinco jornadas para ser campeão e um jogo para chegar à final da Taça.