FC Porto: Jesualdo Ferreira «gostaria» de continuar na próxima época

''Tenho uma perspectiva clara sobre o que é um profissional. É validado pelo seu trabalho, por aquilo que consegue produzir, em função daquilo em que trabalha. Entendo que essa avaliação tem de ser feita de forma séria, entendível entre todos, aceite por todos'', afirmou.

O técnico, cujo contrato termina no final da presente temporada, falava em conferência de imprensa e foi questionado sobre a sua vontade em comemorar o próximo aniversário da Revolução do 25 de Abril no FC Porto.

Jesualdo Ferreira dissertou, durante vários minutos, sobre a relação entre a ''Revolução dos Cravos'', que instaurou o regime democrático em Portugal, e o futebol, chegando à conclusão final de que ''a partir do momento em que as coisas se abriram para pensar, os mais capazes foram os que mais evoluíram''.

''As pessoas ganharam mecanismos. Na nossa classe média, era a incultura que não nos deixava avançar. O FC Porto ganhou mais quando a democracia entrou no país'', resumiu.

Ainda em relação ao futuro, o técnico dos ''dragões'' mostrou-se ironicamente ''preocupado'' com as notícias sobre o interesse de clubes europeus em vários jogadores: ''gostaria que não levassem a equipa toda antes de acabar o campeonato e a Taça''.

Jesualdo Ferreira escusou-se a fazer comentários sobre entradas ou saídas de futebolistas, preferindo destacar a diferença entre a ''vida'' do clube e da comunicação social.

''Um clube tenta ter um grupo fechado, que trabalhe bem, imune a questões exteriores. Os jornais querem entrar dentro da equipa, para ter as notícias que interessam, para que se vendam. Por isso, as equipas com mais condições para ganhar nem sempre são as que aparecem mais nos jornais. O negócio exterior colide muitas vezes com pressupostos de treino, de rendimento das equipas'', declarou.