O número de casos da doença covid-19 confirmados no campo de refugiados de Moria, na ilha grega de Lesbos, subiu para 32, após 2.000 pessoas ter sido testadas depois do diagnóstico, na quarta-feira, do primeiro caso, foi hoje divulgado.
O anterior balanço, conhecido na segunda-feira, dava conta de pelo menos 15 casos de infeção pelo novo coronavírus neste sobrelotado campo de acolhimento de refugiados e migrantes localizado na ilha de Lesbos, no mar Egeu, considerado um dos maiores e com piores condições da Europa.
Segundo os ‘media’ locais, equipas da organização nacional de saúde pública (EODY) testaram um total de 2.000 pessoas das cerca de 13 mil que vivem atualmente neste campo em condições consideradas insalubres.
As pessoas submetidas aos testes de diagnóstico terão estado em contacto com um cidadão somali, de 40 anos, que testou positivo na semana passada e que desde então se encontra hospitalizado.
O homem, que registava várias doenças prévias, obteve em janeiro o estatuto de refugiado e em agosto mudou-se para a capital da Grécia, Atenas, em busca de trabalho, mas regressou ao campo de Moria após não ter conseguido qualquer emprego.
O homem vivia numa tenda de campanha na parte exterior do recinto, numa área repleta de abrigos improvisados.
O campo de Moria foi imediatamente colocado em quarentena e até 17 de setembro ninguém pode sair ou entrar da zona, à exceção das equipas médicas.
As autoridades gregas também decidiram impor, a partir de hoje e até 21 de setembro, um "confinamento sanitário total" em três campos de acolhimento de refugiados e migrantes, localizados perto de Atenas, onde foram detetados, pela primeira vez, casos de covid-19.
“O confinamento sanitário total foi imposto aos campos de Malakassa e Schisto (no norte e no oeste de Atenas) e de Eleonas", perto da capital, disse o Governo helénico, em comunicado.
Em Schisto, foram detetados três casos positivos, em Malakasa outros dois e em Eleonas um caso.
Várias organizações humanitárias, gregas e internacionais, denunciaram hoje, num comunicado conjunto, as péssimas condições de vida verificadas nos campos de acolhimento, a ausência de medidas de integração para os refugiados e a má gestão governamental desta crise.
As organizações reiteraram os apelos para a retirada das pessoas mais vulneráveis dos campos sobrelotados e para a sua relocação em locais seguros e adequados.
A pandemia da doença covid-19 já provocou pelo menos 893.524 mortos e infetou mais de 27,3 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.