O Barcelona inicia terça-feira a árdua tarefa de tentar ''derrubar'' a hegemonia inglesa na presente edição da Liga dos Campeões de futebol, ao receber o Chelsea, em encontro da primeira das meias-finais da prova.
Caso ultrapassem a equipa inglesa, os catalães terão pela frente outro conjunto britânico, que sairá da eliminatória entre Manchester United, detentor do título, e Arsenal, formações que se defrontam quarta-feira, em Old Trafford.
Estas serão as terceiras meias-finais consecutivas em que Inglaterra ''mete'' três equipas. Em 2006/07, Manchester United, Chelsea e Liverpool, trio que repetiu o feito na edição seguinte, enquanto este ano o Arsenal ''rendeu'' o Liverpool.
A formação espanhola terá ainda de tentar ultrapassar o ''trauma'' inglês nesta tentativa de reconquistar o título europeu já que, em cinco presenças nas meias-finais de competições europeias com clubes ingleses, os catalães só por uma vez foram bem sucedidos.
Mais recentemente, nas duas últimas edições, Manchester United e Liverpool foram os ''carrascos'' nas meias-finais, mas, para ''amenizar'' o histórico da equipa de Barcelona contra ingleses, registo para a vitória na final de 2006 da competição, quando derrotou, na final, o Arsenal por 2-1.
Imune a tudo isso, Josep Guardiola, que este ano se estreia como treinador ''blaugrana'', está decidido a impor as estatísticas deste ano, já que o Barcelona é claramente a equipa mais concretizadora da prova com 29 golos.
Para travar o Barcelona (campeão europeu em 1992 e 2006), o holandês Guus Hiddink (perdeu sempre em Camp Nou) conta com um conjunto de opções portuguesas, com destaque para o médio Deco e os defesas Ricardo Carvalho e Bosingwa.
O Barcelona não venceu os últimos quatro jogos em casa contra equipas inglesas, mas no confronto directo com o Chelsea em fases a eliminar tem vantagem de 2-1.
Este embate da primeira mão surge numa semana que pode ser decisiva para o resto da temporada, pois o conjunto da cidade Condal viu reduzida para quatro pontos a vantagem na Liga espanhola para o Real Madrid, o adversário deste fim-de-semana.
O Chelsea, que afastou o Liverpool nos ''quartos'', numa das eliminatórias mais emotivas da história da prova, está em terceiro na Liga inglesa e quase sem aspirações ao título, pelo que Guus Hiddink pôde gerir a equipa da melhor forma para atacar um título que o clube nunca alcançou e que o milionário russo Roman Abramovich tanto persegue.
Depois de afastar o FC Porto nos ''quartos'', o Manchester United, de Cristiano Ronaldo e Nani, prossegue quarta-feira a defesa do título, agora frente ao Arsenal, um grande rival que os ''red devils'' defrontam agora em contexto europeu.
Numa intensa rivalidade de 13 anos, o treinador escocês Alex Ferguson parece favorito frente ao francês Arsène Wenger, até porque está há 23 jogos sem perder na competição e há 20 sem desaires em casa na Liga ''milionária'', enquanto os londrinos esta época só por uma vez triunfaram fora.
O Manchester tem estado sujeito a maior pressão, mas está em posição privilegiada para reconquistar o título inglês, enquanto o Arsenal, quarto classificado, pode gerir melhor os recursos humanos.
Em 204 confrontos em todas as competições, o Manchester venceu 82 vezes e perdeu 77, registando-se 45 empates: o último êxito dos ''gunners'' em Old Trafford foi a 17 de Setembro de 2006, com golo solitário de Adebayor.
Em 10 meias-finais, o Manchester United discutiu o título sete vezes e foi campeão em 1968, 1999 e 2008, algo que o Arsenal nunca conseguiu.