O FC Barcelona esbarrou hoje num “ultra” defensivo Chelsea (0-0), que passou o encontro junto à sua área, numa primeira “mão” das meias-finais da Liga dos Campeões em futebol de sentido único.
Perante um gigantesco “autocarro” amarelo, a cor com que os londrinos se apresentaram em Nou Camp, o “Barça” poucas vezes conseguiu criar oportunidades flagrantes e, quando isso aconteceu, esteve desacertado na finalização, como aconteceu a Eto´o (69 minutos), Bojan (91) e Hleb (93).
A formação catalã teve 66 por cento de posse de bola e efectuou 20 remates, contra míseros três do adversário, que só ganhou nas faltas efectuadas (20 contra sete) e pode agradecer ao árbitro alemão Wolfgang Stark, demasiado permissivo perante os sucessivos excessos dos ingleses.
Com alguma felicidade à mistura, excepto num lance em que Drogba poderia ter marcado (39 minutos), após um erro de Marquez, o Chelsea chega a Stamford Bridge como queria, enquanto o “Barça” não terá Puyol (castigado) e, provavelmente, Marquez (lesionou-se), mas contará, certamente, com mais espaço para jogar.
Com Puyol no banco, a formação catalã entrou no habitual “4-3-3”, com Daniel Alves, Marquez, Piqué e Abidal, à frente de Valdés, um meio-campo com Yaya Touré, Xavi e Iniesta e um trio na frente (Messi, Henry e Eto’o).
Por seu lado, o Chelsea apresentou-se em “4-2-3-1”, com Cech na baliza, uma defensiva com Ivanovic, Terry, Alex e Bosingwa, dois “trincos” Mikel e Ballack, protegidos por Essien, Lampard e Malouda, e Drogba sozinho na frente.
O FC Barcelona assumiu o comando do encontro desde o apito inicial do alemão Wolfgang Stark, mas cedo começou igualmente a sentir problemas para ultrapassar uma formação “ultra” defensiva, com todos os jogadores na área ou por perto, com excepção para o avançado da Costa do Marfim.
Logo a abrir, o camaronês ainda atirou ao “ferro”, mas numa jogada anulada pelo árbitro, e, depois disso, o jogo foi sempre igual, com o “Barça” a atacar, mas incapaz de criar desequilíbrios no último reduto dos ingleses.
A formação da casa não marcou, nem esteve muito perto disso, até ao intervalo e a melhor oportunidade da primeira parte pertenceu ao Chelsea: aos 39 minutos, Marquez fez um mau atraso, valendo Valdés, que deteve dois remates consecutivos do isolado Drogba.
Na segunda metade, a história não se alterou, com o FC Barcelona quase sempre no ataque, mas raramente capaz de assustar Cech: a primeira excepção chegou apenas aos 69 minutos, quando Eto’o se isolou, só que, depois de driblar Alex, viu o guarda-redes checo negar-lhe o golo.
Até ao final, e perante um Chelsea imperturbável no seu esquema ultra defensivo, o “Barça” continuou a tentar e, já em período de descontos, os suplentes Bojan e Hleb tiveram duas oportunidades de ouro... mas desperdiçaram.
O FC Barcelona pode queixar-se de si próprio, de não ter conseguido desmontar a “teia” de Guus Hiddink, mas também do árbitro, que, entre outras coisas, devia ter marcado uma grande penalidade, a castigar falta de Bosingwa sobre Henry, e expulsado Ballack.