Moçambique registou nas últimas duas semanas o maior aumento de infeções pelo novo coronavírus e de percentagem de testes positivos, indiciando maior propagação do vírus, de acordo com o Ministério da Saúde.
"Nas últimas duas semanas registou-se o maior crescimento no número de casos e na taxa de positividade, sugerindo uma tendência de intensificação da transmissão em vários locais geográficos", lê-se na análise epidemiológica semanal divulgada pelo Ministério da Saúde.
Moçambique chegou hoje ao total acumulado de 5.482 casos declarados após 115.588 testes, o que eleva a taxa de resultados positivos para 4,74% desde o início da pandemia.
O número de mortes, 35, equivale a 0,6% dos casos registados.
O cumulativo de recuperações é de 3.094 (55% do total de casos).
No entanto, olhando só para os primeiros 14 dias de setembro, a taxa de casos positivos é de 8% (1.566 em 19,201 testes), superior à de qualquer outro mês, e taxa de letalidade é de 0,8%, superior aos meses anteriores (excetuando maio quando havia poucos números: dois mortos entre 178 casos).
O número de hospitalizações (40) é também, só nestes 14 dias, superior ao de qualquer outro mês, nota a análise hoje divulgada.
"O incremento recente de óbitos está concentrado em pessoas com mais de 50 anos, apontando para a necessidade de proteção especial para a pessoa idosa e para aqueles com doenças concomitantes", acrescentam as autoridades no documento.
A análise epidemiológica refere ainda que, na cidade de Maputo, a transmissão do vírus "continua num ritmo inquietante, tornando-se essencial o reforço das medidas de prevenção e controlo".
As autoridades iniciaram hoje um inquérito epidemiológico na cidade da Matola, subúrbios da capital e um dos principais aglomerados populacionais do país logo depois da capital.
O inquérito tem uma duração prevista de 19 dias para cobrir 1.280 agregados familiares.