O Sporting entra na temporada 2019/20 envolto ainda em dúvidas sobre o plantel e o inesperado impacto da pandemia de covid-19, com múltiplos casos a colocarem em risco a estreia na I Liga de futebol frente ao Gil Vicente.
Após uma contratação polémica ao Sporting de Braga, a troco de 10 milhões de euros, e uma reta final de campeonato fechada com o quarto lugar, atrás da sua anterior equipa, Rúben Amorim inicia pela primeira vez a época ao comando dos ‘leões’, tentando moldar um plantel à sua imagem com constrangimentos financeiros significativos e implementar ideias sob o cenário iminente de paragem e isolamento de jogadores devido à infeção pelo novo coronavírus.
Os oito casos (sete jogadores e um elemento da equipa técnica) já noticiados marcam um primeiro revés na época ‘leonina’ e levaram inclusivamente a Direção-Geral da Saúde (DGS) a cancelar o embate do Troféu Cinco Violinos, frente ao Nápoles, por “não estarem reunidas as condições necessárias para a realização do jogo”, de acordo com o comunicado do clube de Alvalade.
A equipa ficou sem o teste ‘mais sério’ agendado para esta pré-época atípica, na qual soma três vitórias, duas derrotas e um empate nos seis jogos realizados. Os leões bateram Valladolid (2-1), Belenenses SAD (3-1) e Portimonense (2-1), não foram além de uma igualdade 1-1 com o Marítimo e saíram derrotados nos particulares com a equipa B (2-0) e Farense (2-1).
O próximo contratempo poderá surgir agora com o adiamento do desafio da primeira jornada diante dos gilistas, clube que também registou 15 casos de infeção, marcado para sábado, às 18:30, no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
Os efeitos da pandemia de covid-19 estendem-se também à capacidade do clube para se movimentar no ‘mercado’ de transferências, ao criar dificuldades adicionais para grandes investimentos.
Assim, chegaram até ao momento seis reforços: Antonio Adán (ex-Atletico de Madrid), Pedro Porro (por empréstimo do Manchester City), Antunes (ex-Getafe), Feddal (ex-Bétis), Pedro Gonçalves (ex-Famalicão) e Nuno Santos (ex-Rio Ave).
Num plantel em que se assinalam ainda os regressos de empréstimo dos jovens João Palhinha e Daniel Bragança, sobressaem algumas saídas de relevo, com destaque para a transferência do argentino Marcos Acuña para o Sevilha por 10,5 milhões de euros. Partiram também o compatriota Battaglia, cedido ao Alavés, o brasileiro Eduardo Henrique, emprestado ao Crotone, e o médio português Francisco Geraldes, que rumou ao Rio Ave.
No entanto, cresce a esperança na afirmação de algumas promessas da formação ‘leonina’ em 2020/21, nomeadamente Joelson Fernandes, Nuno Mendes, Gonçalo Inácio, Rodrigo Fernandes ou Tiago Tomás.
Sem conquistar o título desde 2001/02, o Sporting atravessa já o maior ‘jejum’ da sua história, depois de ter visto passarem 18 anos entre os triunfos nos campeonatos de 1981/82 e 1999/2000.