A Amnistia Internacional lançou hoje o projeto ‘Eu Jogo Pelos Direitos Humanos’, destinado à «consciencialização para os direitos humanos através do desporto», com uma primeira fase focada no futebol.
O projeto levará a cabo, com instituições parceiras, "um conjunto de ações de sensibilização e educação para os direitos humanos", destinadas "a agentes desportivos, adeptos e público em geral", informa Amnistia Internacional Portugal, em comunicado.
Ao lado da Amnistia Internacional Portugal estarão as secretarias de Estado da Juventude e do Desporto e da Cidadania e Igualdade, mas também a Liga Portuguesa de Futebol Profissional, a Federação Portuguesa de Futebol, o Instituto Português do Desporto e Juventude, o Plano Nacional de Ética no Desporto, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género, a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial e a Autoridade de Prevenção e Combate à Violência no Desporto, entre outros.
Citado no comunicado, o diretor executivo da Amnistia Internacional Portugal, Pedro Neto, reforça o potencial do desporto como promotor de "um mundo mais justo, por ser inclusivo e multicultural".
Para isso, precisa de "adeptos com mais respeito, que se demarcam de todas as manifestações de ódio, clubes com mais noção da sua responsabilidade social, atletas e equipas técnicas que utilizam a sua influência mediática" para o bem da humanidade.
"O desporto espelha a sociedade no seu melhor e no seu pior, e, infelizmente, tem potenciado comportamentos, práticas e ideais que promovem racismo, discriminação, violência e discurso de ódio, dentro e fora de campo", lamentou Pedro Neto.
O comunicado diz tratar-se de um "projeto inédito de consciencialização", que vai juntar treinadores e outros profissionais, num momento em que há um "clima de violência, racismo, intimidação e ameaças à integridade física" no desporto, bem como "discurso de ódio sentido por agentes desportivos ou casos de tráfico humano", que levam a esta iniciativa.
O protocolo é assinado hoje na Cidade do Futebol, em Oeiras, no distrito de Lisboa, numa cerimónia limitada a convidados, devido à pandemia de covid-19.
Entre a lista de personalidades associadas ao projeto estão os dois selecionadores das equipas principais de Portugal, Fernando Santos (masculino) e Francisco Neto (femininos), bem como vários e várias internacionais ‘AA' e jogadores da I e II ligas de futebol, além dos árbitros Artur Soares Dias e Vanessa Gomes, entre outros.
Além das ações de consciencialização, Amnistia e Federação Portuguesa de Futebol vão juntar-se para "desenvolver formação específica em direitos humanos para jogadores, adeptos, dirigentes, treinadores, árbitros, jornalistas e outros membros do futebol e sociedade interessados", informou o organismo federativo, também em comunicado.
‘Eu Jogo Pelos Direitos Humanos’, hoje anunciado, "já está a ser ativado nas competições organizadas pela FPF", destaca a federação, em particular nos ‘play-offs' de acesso à Liga de futsal, a decorrerem no Palácio dos Desportos, em Torres Novas, distrito de Santarém.