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Projeto português para lutar contra o racismo no futebol

O projeto ‘Black Lives Matter in Football’, apresentado hoje em Matosinhos, pretende partilhar «informação fidedigna sobre matéria do racismo no futebol», através da criação de uma plataforma digital.

Projeto português para lutar contra o racismo no futebol
Futebol 365

A iniciativa é da organização não-governamental Plano I, do Porto, mas com "forte intervenção no concelho de Matosinhos" em parceria com a autarquia local, que este ano se candidatou a uma linha de financiamento da rede internacional ‘Fare Network’ até um máximo de "mil euros", disse à agência Lusa a vice-presidente daquela instituição.

Paula Allen referiu que a organização convidou "todos os clubes da I e da II liga de futebol para serem parceiros deste projeto" e só Benfica é que aderiu, através da sua fundação", assinando um protocolo com a Plano I.

Nesta altura, a Fundação Benfica é uma das 12 instituições que se juntaram a este novo projeto e o Leixões, da II Liga, poderá ser uma das próximas. A Associação CAIS, o Instituto Português do Desporto e da Juventude, a Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto e a Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial também estão entre os parceiros

A plataforma digital da Plano I "vai ser lançada em 21 de março de 2021", Dia Internacional da Luta Contra a Discriminação Racial, e explicou que este projeto ‘Black Lives Matter’ (As Vidas Negras Importam, em português) é sobre futebol porque assim impõe a ‘Fare Network’.

Esta rede foi criada em 1999, em Viena, na Áustria, para combater a discriminação no futebol europeu e, para Paula Allen, "era fundamental que em Portugal houvesse também um projeto da ‘Fare Network’".

A Plano I, porém, não tem intervenção alguma no futebol, sendo uma organização com "trabalho específico em áreas de relações vulneráveis como a violência no namoro em contexto universitário ou a violência doméstica com pessoas LGBTI", observou Paula Allen.

O ‘Black Lives Matter in Football’ ambiciona lutar contra a violência no desporto e o racismo, "garantindo que serão valorizadas as histórias positivas e construtivas de inclusão e não discriminação de pessoas no futebol, em Portugal".

No ‘site’ que irá criar até 21 março de 2021, a Plano I diz que "poderão ser encontrados ‘podcasts’ e vídeos com figuras do futebol nacional, assim como fotografias desportivas e recortes jornalísticos que evidenciem as pessoas racializadas que fizeram história em Portugal em cargos de liderança dos clubes ou como treinadores/as e/ou jogadores/as".

Esse "site" será a trave-mestra do projeto, o qual prevê também "um registo de denúncias informais e pedidos de ajuda", bem como a recolha de dados que permitam, através da sua análise, a publicação de um "estudo sobre discriminação de pessoas racializadas no futebol em Portugal".

Paula Allen informou que só a plataforma digital, que será um ‘site’ específico, absorverá "950 euros" e referiu que "tudo o resto será trabalho voluntário".

A secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, esteve presente no lançamento do ‘Black Lives Matter in Football’ e saudou o futebol por ser "portador de valores tão nobres" com os que estão por trás daquele projeto, mostrando-se disponível para ajudar a "fazer a diferença" através de práticas positivas.

Numa intervenção por videoconferência, o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, sublinhou que "a erradicação do racismo no desporto é o objetivo final" e sustentou que é necessário "fazer tudo para combater” esse problema.

João Paulo Rebelo saudou ainda os clubes que, no âmbito da cerimónia, receberam a bandeira da ética pelo seu contributo para a luta contra a violência no desporto.

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