O Rio Ave pode dar-se por feliz com os reforços conseguidos em Janeiro, pois três deles marcaram já sete golos e garantiram 16 pontos, contribuindo para a grande recuperação que a equipa está a fazer.
Na sexta-feira, o Rio Ave foi a Guimarães vencer por 1-0, golo obtido através de um uma grande penalidade convertida por Fábio Coentrão, depois de uma falta sobre Yazalde, e subiu ao 12º lugar, com os mesmos 27 pontos da Naval 1º Maio, ainda que com mais um jogo.
Nos últimos quatro jogos, o Rio Ave bateu vários recordes: pontuou sempre (10 pontos) e conseguiu as duas primeiras vitórias fora, a primeira das quais com a Naval 1º de Maio, dando assim um passo de gigante rumo à manutenção, que é o seu grande objectivo.
Há quatro meses, porém, equipa encontrava-se numa posição bem mais difícil, coleccionava desaires e por isso mantinha-se nos últimos lugares, preocupando adeptos, simpatizantes e a nova direcção entretanto eleita, presidida pelo empresário António da Silva Campos.
Os novos dirigentes não perderam tempo e, com 13 jornadas disputadas, substituíram o treinador João Eusébio por um velho conhecido da casa, Carlos Brito.
Eusébio tinha os números contra si: um 15º lugar, 10 pontos apenas e já sete derrotas, três delas perante o seu público.
“Tínhamos que fazer qualquer coisa”, resume Silva Campos. Com Brito já em funções, Rio Ave foi às compras e garantiu cinco jogadores por empréstimo: um defesa central, Edson, cedido pelo FC Porto, e quatro atacantes, Fábio Coentrão, do Benfica, Yazalde, do Sporting de Braga, Candeias, do FC Porto, e Pedro Moutinho, do Marítimo.
“Havia desequilíbrios no nosso plantel e um dos sectores com mais carências era o ataque”, referiu hoje António da Silva Campos, em declarações à Agência Lusa, realçando a “ajuda do empresário Jorge Mendes”.
O Rio Ave começou aos poucos a recompor o seu plantel com jogadores muito pouco utilizados nos seus clubes, mas sobre os quais havia boas referências.
“O Edson e o Candeias foi através das negociações do Miguel Lopes com o FC Porto”, adianta também Silva Campos.
No ataque, faltavam extremos, e Candeias, tal como Fábio Coentrão, foi visto como uma boa solução para o problema, ele que não fazia parte das contas do técnico portista, Jesualdo Ferreira.
No Rio Ave, Candeias não teve melhor sorte e pouco tem jogado devido a vários problemas físicos.
Fábio Coentrão estreou-se à 15ª jornada, como suplente utilizado, e depois disso foi sempre titular, tendo já dois golos marcados, que fazem dele um dos principais obreiros da recuperação que o Rio Ave empreendeu na tabela classificativa.
Yazalde revelou-se um reforço decisivo e os seus quatro golos foram determinantes para que o Rio Ave subisse acima da “linha de água”, o que aconteceu pela primeira na era Carlos Brito após a 26ª jornada e o já mencionado triunfo frente à Naval.
Se Fábio Coentrão e Yazalde chegaram, viram e venceram, Edson só à 21ª jornada é que convenceu Carlos Brito a dar-lhe a titularidade, mas desde então nunca mais saiu da equipa, tem feito parelha com Gaspar e relegado Bruno Mendes para o banco.
“O rendimentos dos reforços não é surpresa, porque já conhecíamos o seu valor”, garante Silva Campos, hoje um presidente com mais razões para sorrir com o êxito da sua aposta.
Ainda assim, nada está ganho: “a época ainda não terminou e não podemos embandeirar em arco, porque matematicamente ainda é possível sermos ultrapassados pelos nossos adversários directos”, sublinha, procurando assim deitar água na fervura do entusiasmo que voltou a tomar conta de muitos adeptos.