O primeiro-ministro afastou hoje a hipótese de uma situação de descontrolo no Serviço Nacional de Saúde (SNS), uma vez que atualmente há «capacidade de resposta» para fazer face à pandemia de covid-19.
“Só haverá situação de descontrolo quando não houver capacidade de resposta. Até agora temos tido capacidade de resposta. Tivemos na primeira fase, temos agora e agora temos uma capacidade acrescida para poder responder”, disse António Costa, em conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros.
No entanto, sublinhou que não se pode estar à espera que seja o SNS a resolver a pandemia.
“O controlo da pandemia depende exclusivamente de nós individualmente e de todos nós em conjunto. Isto é fundamental, temos de controlar a expansão da pandemia porque as pessoas quando chegam ao SNS já estão contaminados”, precisou.
O primeiro-ministro salientou também que é preciso ter em conta que não se pode “medir a capacidade do SNS através de cada unidade hospitalar”, uma vez que existe uma lógica de rede entre os hospitais de todas as regiões.
“Neste momento ainda temos capacidade de resposta para aquilo que é o atual nível de camas afetas à covid. Em todos os estabelecimentos há a possibilidade de alargar o número de camas dedicadas à covid se tal se vier a justificar”, sustentou.
António Costa afirmou igualmente que todos têm de ter “consciência que, para além da covid, há muitas outras doenças”, não se podendo sacrificar a atividade assistencial.
“Tem vindo haver um esforço muito grande na recuperação das atividades que foram cancelas, sobretudo no período do estado de Emergência. Temos vindo a recuperar e, em algumas regiões, já está acima da atividade do período homólogo, mas esse esforço é um esforço que temos de continuar. A primeira prioridade que devemos todos é preservar a capacidade do SNS“, frisou.
O Conselho de Ministro decidiu hoje que Portugal Continental vai passar, a partir de quinta-feira, para a situação de calamidade devido à pandemia de covid-19.
Portugal tem hoje 2.072 novos casos de infeção com o novo coronavirus, o valor diário mais elevado desde o início da pandemia de covid-19, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os valores mais altos desde o início da pandemia tinham sido atingidos em 10 de abril, com a notificação de 1.516 novas infeções, número que foi superado em 10 de outubro, quando se atingiram 1.646 casos.